Na história humana, muitas vezes não se consegue distinguir a fantasia da realidade. Nem mesmo um dos personagens mais misteriosos, envolventes e cruéis, nascido em 1431, na Transilvânia e que foi o regente do país, que hoje conhecemos como Romênia, conseguiu escapar dessa ambivalência de percepção. De quem estou falando? Sim! Dele mesmo! O Conde Drácula ou Vlad III.

Concluímos, então, que Drácula não era um personagem fictício, assim como o vampiro do livro de Bram Stoker de 1897.

Então de onde vem esta lenda da criatura impiedosa, sugadora de sangue, que fazia incursões a noite, aterrorizando vilarejos inteiros?

Depois da queda do Império Romano do Oriente a maior parte da Europa encontrava-se estilhaçada sem um poder central dominante e, a Romênia, também estava dividida entre a influência cristã e a realidade muçulmana da Turquia que se transformou num império super poderoso com mais de 500 anos. Vlad Dracul, pai de Vlad III conde Drácula, tentava tomar posse do trono local era embro da sociedade cristã romana Ordem do Dragão, oriunda de uma associação da nobreza para defender o território da invasão dos turcos. Assim, Vlad II foi chamado de Dracul (o dragão), e consequentemente, seu filho foi chamado de Draculea (filho do dragão). "Dracul" em romeno, pode ser traduzido também por "diabo", termo este que foi usado pejorativamente contra os Vlads pelos inimigos e alimentado por camponeses supersticiosos.

Aos 13 anos de idade, Drácula foi capturado pelos turcos, apanhando bastante e mais tarde, os seus captores o ensinaram a torturar e empalar vivas as pessoas - meio de punição comum no Império Otomano. Após este exílio, Vlad III retornou à cidade de Valáquia em 1456, ficando até 1462. Como ele era extremamente parecido com seu pai e em um outro momento numa batalha contra os turcos ele levou um golpe muito forte na cabeça, os seus soldados se retiraram da batalha levando seu corpo, pensando que ele estivesse morto, mas ele "ressuscitou" do seu desmaio e voltou ao combate vencendo os turcos com força total, o que funcionou como o combustível para os homens da Idade Média falarem de sua imortalidade, algo comum na lenda de um vampiro.

Que Tsepesh, um outro nome de Drácula, era no mínimo excêntrico e extremamente vingativo, não há dúvida, tanto que Tsepesh significava "empalador", pois ele era propenso ao empalamento de seus inimigos, principalmente os turcos, onde a vítima em um cavalo era confrontada com estacas lisas e mergulhadas em óleo, não causando a morte instantânea. As montanhas sombrias afastadas abrigavam o castelo de Drácula, que pelo conhecimento geográfico da região exterminava os soldados turcos que iam de encontro à Europa, empalando-os ou mesmo colocando suas cabeças decapitadas em estacas e depois fazia as suas refeições ao lado das suas vítimas ainda vivas. Talvez vindo daí a lenda de que o Conde Drácula se alimentava de sangue humano.

O Conde Drácula ou Vlad III ou o Empalador, foi Príncipe da Valáquia, hoje Romênia, governando a região em 1448, de 1456 a 1462 e em 1476. Vlad III em 1476 foi assassinado pelos turcos e sua cabeça exposta na antiga Constantinopla, fincada numa estaca. Posteriormente, em Snagov, uma ilha-monastério, localizada nos arredores de Bucareste, capital da Romênia, o seu corpo foi enterrado e nem com isso, termina por aqui, a fama do "Conde Vampiro".