Hoje reconhecido por suas icônicas imagens em preto e branco com retratos de miséria e duras condições nos quatro cantos do globo, Sebastião Salgado contou com um certo empurrão do acaso – e de sua própria competência e agilidade – para alavancar sua carreira como fotógrafo.

Em 30 de março de 1981, o fotógrafo brasileiro estava em Washington, nos Estados Unidos, capturando imagens para uma matéria especial dos 100 primeiros dias do governo do presidente Ronald Reagan que seria lançada pelo jornal The New York Times. Enquanto aguardava a saída do presidente na porta do Hotel Hilton, Salgado viu antes que seus colegas que John Hinckley Jr.

erguera uma arma. O brasileiro disparou cliques com sua câmera e realizou as melhores imagens do atentado contra o presidente norte-americano.

As imagens de Salgado rodaram o mundo, e o fotógrafo conseguiu atingir sua independência financeira para investir em seus projetos pessoais que o consagraram como um dos maiores fotojornalistas do mundo.

O momento dramático também foi chave para Reagan, que se tornou o primeiro presidente norte-americano a sobreviver a um atentado e, passada a recuperação, deu sequência ao seu mandato. Já Hinckley Jr., o atirador, foi julgado e preso em um hospital para criminosos com problemas psiquiátricos. Segundo ele, o atentado era uma prova de amor para a atriz Jodie Foster.