Novo responsável pela Segurança pública do Rio de Janeiro após a intervenção federal decretada pelo presidente Michel Temer (MDB), o general Walter Braga Netto, Comandante Militar do Leste, resolveu suspender o empréstimo de homens das policiais Civil e Militar e de setores como o Corpo de Bombeiros para outros órgãos do estado.

Além da decisão de não ceder mais agentes, Braga Netto e outras autoridades envolvidas nas decisões da intervenção no Rio de Janeiro estudam solicitar que parte dos agentes cedidos retorne para reforçar o policiamento nas ruas.

A medida visa reforçar o efetivo que atuará de acordo com as instruções do interventor, que estará à frente da segurança público do Rio até o dia 31 de dezembro deste ano, período determinada para a duração da intervenção.

Segundo informações publicadas pelo jornal Extra nesta sexta-feira, dia 23, as instituições cedem atualmente 3.131 oficiais para outras funções, como no patrulhamento da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no Ministério Público e no Tribunal de Justiça, entre outros.

Os órgãos também cedem oficiais que atuam na segurança dos palácios da Guanabara e Laranjeiras, de onde o governador Luiz Fernando Pezão (MDB) despacha; assim como oficiais que atuam na segurança da Prefeitura da capital, comandada pelo prefeito Marcelo Crivella (PRB), além de outras prefeituras e órgãos do estado.

Somente a Polícia Militar (PM) tem mais de 2 mil oficiais cedidos, contabilizando um número maior do que o de agentes que atuam na segurança da Baixada Fluminense, que conta com 3,77 milhões de habitantes no total.

Um comparativo feito pela reportagem do jornal carioca mostra que a segurança dos palácios da Guanabara e Laranjeiras conta com 253 agentes cedidos pela PM, número superior aos cerca de 200 policiais que atuam no 17º Batalhão de Polícia Militar (BPM) da Ilha do Governador, que patrulha uma área com mais de 200 mil moradores.

Já a Prefeitura da cidade do Rio tem à disposição um efetivo com 97 PMs, além de oito policiais civis e 11 bombeiros. Destes, 53 atuam na segurança pessoal de Crivella e de outras autoridades.

Além do alto número de oficiais emprestados para outros órgãos, o policiamento carioca também sofre com a falta de viaturas. Segundo o periódico, metade da frota disponível para policiamento não está em condições de atuar nas ruas.

A PM também revelou que há atualmente mais de 1800 viaturas paradas a espera de manutenção. Para superar o déficit na frota, a PM organizou a compra de 580 novas viaturas, cuja primeira metade será entregue até abril. Nas próximas semanas, o órgão de segurança também deve adquirir mais 180 veículos que serão utilizados no policiamento urbano do estado.

General Richard Nunes será o novo secretário de Segurança do Rio de Janeiro

O general Richard Nunes será nomeado o novo secretário de Segurança do estado do Rio de Janeiro. Segundo informado pelo portal G1, Nunes atuará com o general Mauro Sinott Lopes. Enquanto o primeiro será responsável pela gestão da pasta, o segundo ficará a cargo da operação.

A medida é vista como complementar à intervenção federal na segurança pública do estado, decretada por Temer para tentar conter a onda de violência no Rio.

Integrante das Forças Armadas, Nunes foi o general responsável por comandar a ocupação do Complexo da Maré durante o fim de 2014 e o início de 2015. O general substituirá o delegado federal Roberto Sá, e o anúncio deve ser oficializado na próxima semana. Segundo portal, Nunes já se encontrou com o interventor Walter Braga Netto, com quem discutiu ações para a segurança pública no estado fluminense.