A cantora Beyoncé está com seu documentário "Homecoming - A film by Beyoncé" disponível na Netflix desde a última quarta-feira (17).
A produção de pouco mais de duas horas foi escrita, dirigida e teve a produção executiva da própria Beyoncé Knowles-Carter.
O documentário é uma obra ambiciosa que mostra imagens ao vivo de dois finais de semana em que a cantora e um time de músicos e dançarinos se apresentaram no festival Coachella em 2018.
Desde sua primeira edição em 1999 o festival nunca tinha tido uma mulher negra como atração principal.
A apresentação da cantora estava na verdade programada para acontecer em 2017, mas naquele ano, Beyoncé descobriu que estava grávida e que sua gestação era de risco.
'Homecoming'
O termo "Homecoming" (volta ao lar), diz respeito à algo muito importante para a comunidade negra estadunidense. O próprio nome do espetáculo já entrega muito sobre o que a cantora quer mostrar, o mote principal é a diversidade.
Dançarinos explicam que o homecoming faz parte da programação das HBCUs "Historically Black Colleges and Universities" - Faculdades e Universidades historicamente voltadas para negros - em tradução livre.
A cantora logo no início da produção, diz que sempre sonhou em ter estudado em uma HBCU. Ela diz que sua faculdade foi o "Destiny's Child" (trio musical feminino em que a cantora começou a ser reconhecida), e que sua professora foi a vida.
Os enquadramentos, as lentes, os filtros e todos os outros elementos visto em "Homecoming", levam à grandiosidade que Beyoncé quer mostrar na tela.
Beyoncé sempre teve músicos negros em seus shows, na maior parte das vezes, mulheres. O que é uma atitude condizente para uma artista que luta por representatividade.
Porém para este show, ela diz que queria uma orquestra composta somente por negros, com pessoas de todos os tipos.
Beyoncé afirma que a ideia era fazer todas as pessoas que já se sentiram discriminadas por sua aparência, pudessem se sentir representadas no palco.
O processo de criação do show foi árduo, como é mostrado no documentário, em que foram gastos oito meses de ensaios. Quatro meses foram para os músicos e mais quatro meses destinados para os dançarinos.
Foram separados pela cantora três espaços para cada grupo, um espaço para os músicos, outro para os dançarinos e um terceiro espaço para a equipe criativa.
O documentário tem como mérito mostrar para o público certos conceitos que talvez não tenham ficado tão claro para aqueles que assistiram ao show.
Beyoncé usa seu espaço para falar sobre a cultura negra e para isso usa referências como: Nina Simone, Malcom X, Alice Walker, Toni Morrison e muitos outros. Além de sua equipe ser composta majoritariamente de pessoas negras.