O cineasta inglês Guy Ritchie tem uma extensa filmografia em que dirigiu os mais diversos gêneros. Provavelmente o diretor de 54 anos seja mais conhecido por suas obras que acompanham as peripécias de grupos de pessoas com problemas com a lei, como em um de seus filmes mais conhecidos, “Snatch - Porcos e Diamantes” (Snatch), de 2000.
Novos ares
Em seu novo longa-metragem na Amazon Prime Video, "O Pacto" (The Covenant), Ritchie deixou de lado as aventuras de pessoas que vivem à margem da sociedade em comunidades operárias do Reino Unido para concentrar as atenções no Afeganistão e Estados Unidos.
O filme de 123 minutos é protagonizado por Jake Gyllenhaal e Dar Salim.
A trama
Gyllenhaal vive o sargento do Exército estadunidense John Kingley, que está em uma missão no Afeganistão em uma luta contra o Talibã. A produção logo em seu início apresenta ao espectador o chocante momento em que o grupo comandado pelo sargento perde em um atentado a bomba o intérprete de sua equipe. Ele então escolhe Ahmed (Salim) como o novo intérprete do grupo. Kingley é avisado que o homem taciturno tem um temperamento difícil, porém seria uma ótima aquisição para o grupo por ser durão.
Durante o desenrolar dos acontecimentos, é mostrada a razão da seriedade de Ahmed. Após um início em que os dois personagens principais não se dão muito bem, cria-se entre eles um clima de camaradagem e o intérprete começa a confiar no militar e também começa a obedecer à hierarquia.
Uma operação que não dá certo faz com que o filme acompanhe a luta pela sobrevivência de Kingley e Ahmed.
Guy Ritchie dirigiu um típico de filme de guerra, com muita ação e elementos desse tipo de produção. “O Pacto” lembra filmes com temática parecida como, por exemplo: “O Grande Herói” (Lone Survivor) de 2013 e “13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi” (13 Hours: The Secret Soldiers of Benghazi), 2016.
Diferentemente dos filmes supracitados, o filme da concorrente da Netflix não foi baseado em eventos reais, os personagens são fictícios; mas a trama é inspirada em um grupo de vítimas do Talibã que não costumam ganhar visibilidade, as pessoas que trabalharam como intérpretes na guerra contra o terrorismo e que receberam a promessa de ganharem visto para viverem nos Estados Unidos e assim poderem fugir da guerra.
Guy Ritchie procura fugir do clichê do white savior men, ou seja, o homem branco que irá salvar o dia. Ainda que de certa maneira isto seja visto no filme, as atenções são divididas entre os dois protagonistas. O filme tem o mérito de agradar a quem gosta de cenas de ação mais impactantes, assim como também deve agradar a quem gosta de dramas com mais profundidade.