O sangue, todo mundo sabe, tem importante papel na nutrição do corpo, carregando nutrientes e oxigênio para as células. Além disso, ele transporta remédios e células de defesa para onde for necessário, ajudando, assim a manter a saúde do organismo.

Os glóbulos vermelhos, que são responsáveis pelo transporte das moléculas de oxigênio, possuem características que permitem a classificação do sangue em quatro classes, os grupos sanguíneos. Eles são A, B, O e AB. No Brasil, os sangues O e A correspondem, juntos, a 87% da população. O tipo B, possuído por 10% da população, é o terceiro mais comum no país.

O tipo AB é o mais raro no Brasil - apenas 3% da população nacional o possui correndo em suas veias. No Japão, o tipo mais comum é o tipo B. Uma pessoa pode ter tipo sanguíneo diferente do dos pais. Outra classificação é a baseada na presença ou ausência do fator Rh: as pessoas são dividas em Rh positivo e Rh negativo. Pessoas com sangue AB+ são receptores universais, isto é podem receber sangue de qualquer dos outros grupos. Pessoas com sangue O- são chamadas de doadores universais.

O sangue é essencial para a vida de uma infinidade de animais, inclusive os seres humanos. Muitas pessoas acabam precisando de doações de sangue e muitas pessoas, felizmente, doam sangue para ajudar. Estima-se que 3 milhões de brasileiros doam sangue com frequência.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o ideal seria que 4 milhões de brasileiros o fizessem para evitar deficiências ocasionais nos estoques de sangue. Calcula-se que uma bolsa de sangue, com 400 mililitros, pode salvar até quatro vidas. Entre as pessoas beneficiadas pelas transfusões estão transplantados, vítimas de acidentes e pessoas cujo sangue não coagula normalmente.

A não ser que o sangue esteja contaminado com agentes patogênicos (é bom lembrar que muitas doenças são transmitidas pelo sangue) ou toxinas, umas poucas colheres de chá do líquido não devem fazer mal. Contudo, o consumo excessivo pode ser perigoso porque o fluido contém ferro, que, embora necessário à vida, é tóxico em altas concentrações.

Entre os males que o excesso de ferro pode causar, podem ser mencionados danos ao fígado, desidratação, acúmulo de líquido nos pulmões e problemas no sistema nervoso.

Em entrevista à rede britânica BBC, o patologista Tomas Ganz, professor da Universidade da Califórnia, disse que o alívio que algumas pessoas sentem ao consumir sangue pode estar associado a um efeito placebo provocado pelo consumo de produtos que não tem a aparência de alimentos comuns. Rituais ou senso de exclusividade associados ao consumo de sangue podem aumentar a potência do efeito placebo.