Segundo um novo estudo, a probabilidade de virar o rosto para a direita durante o processo do beijo é a atitude mais comum, pois dessa maneira as bocas podem se encaixar melhor para uma melhor experiência. Isso acontece inconscientemente, pois as pessoas o fazem sem perceber e envolve, segundo a ciência, uma questão de praticidade.

O motivo destacado pela equipe de pesquisadores, entre os quais existem especialistas dos mais variados ramos da ciência, como psicologia e neurociência, é ergonômico em última análise. É notável o incômodo causado pelos narizes no ato do beijo, e isso faz as pessoas se inclinarem para evitar o choque.

A ferramenta de estudo usada pelos pesquisadores foi a prática. Eles convidaram mais de 40 casais e os deixaram ter momentos de intimidade onde deveriam praticar o beijo, para depois terem que responder um questionário sobre o lado que tinha inclinado a cabeça e outros detalhes. Os dados obtidos apontam que geralmente a iniciativa era masculina em uma proporção 15 vezes maior que as mulheres e mais de 66% dos casais inclinavam as cabeças para a direita sem pensar a respeito.

Porém, o fato de ser destro ou canhoto apresentou peso dentro dos resultados de inclinações de cabeça, como era esperado pelos especialistas. As pessoas receptivas ao beijo, como a maioria das mulheres, só inclinavam a cabeça em resposta ao parceiro, sendo eles os responsáveis pela inclinação a ser seguida.

Aqueles casais onde um dos parceiros inclinava a cabeça sem se importar com a inclinação de cabeça do companheiro sentiu desconforto.

O estudo foi desenvolvido em Bangladesh, pelo pesquisador Rezaul Karin, que declarou serem as origens desse fator de inclinação razões muito mais profundas, e eram fruto das primeiras experiências humanas.

Os bebês no útero tendem a inclinar a cabeça para a direita com a finalidade de se sentirem mais acomodados, já que a grande maioria das pessoas é destra. Essa é uma das outras situações que o pesquisador da Universidade de Dhaka achou para explicar o comportamento no beijo.

O movimento, segundo a equipe de cientistas, não é fruto de observação social observada em público, nem mesmo de filmes, pois, pelo menos em Bangladesh, onde a pesquisa foi executada, esse tipo de carícia e até mesmo intimidade física é preferencialmente realizado em ambientes muito reservados.

Logo é possível concluir que o comportamento é o mais natural possível.

Helen Fisher, que é especializada na área da antropologia, fez uma declaração a respeito dos resultados da pesquisa, que não a surpreendeu, mas achou interessante. Afirmou ainda que as mulheres são as que geralmente tomam iniciativa, mas não no beijo, e sim em todo o ritual de iniciar a conversa e se insinuar, que é chamado por ela de iniciativa de transferência. Os homens que conseguem captar esse sinal respondem com o ato de beijar, que seria uma resposta e não uma iniciativa.

A antropóloga afirma que entre as cabeças existem dois narizes que os dois precisam driblar. Para isso, a inclinação de cabeça se torna a única opção funcional para o “encaixe”, diz ela fazendo referência ao um quebra-cabeças.

Estudos anteriores relatam que os homens tomam iniciativa do beijo em casos que antecedem o sexo, para aumentar suas chances de fazê-lo, já as mulheres se preocupam mais com intimidade e carinho depois de ter relações sexuais.