2

Manuela D'Ávila

A jornalista Manuela D’Ávila, que disputou as últimas eleições como vice-presidente, utilizou a hashtag para contar um pouco de todo o preconceito e também luta interna que enfrentou nos últimos 10 anos. Ela relatou que em 2009 já era deputada federal e que se pudesse definir sua vida em uma palavra, seria: solidão. Manuela comparou sua vida agora, dizendo que o cabelo natural, os quilos a mais, a filha Laura e as tatuagens que possui, fazem com que ela nunca se esqueça de quem realmente é.

View this post on Instagram

10 anos e umas quantas vidas. A Manuela de 2009, loira, absurdamente magra e solitária. Já era a Manuela deputada federal campeã de votos, em primeiro mandato, com 27 anos, naquele mundo Brasília, cheia de sonhos e muito sozinha. A solidão era dilacerante. se fosse pra resumir tudo em uma palavra seria essa: solidão. Não tinha acolhida, era praticamente a única jovem a ocupar os espaços que ocupava, o machismo era cruel, transformava tudo em trabalho. Manuela, 2019: cabelo natural com muitos fios brancos, com uns bons quilos a mais, sorriso livre e umas quantas tatuagens me lembrando cada passo para chegar até aqui. Pra que eu não esqueça quem sou, porque estou aqui, como doeu caminhar por tanto espinho. Agora sou a Manuela Acompanhada por mulheres extraordinárias, acolhida pelo afeto, empatia e sororidade que só o feminismo nos da. A Manuela madrastra do Gui e mãe da Laura, companheira do Duca, que aprendeu que é preciso ser feliz para poder seguir lutando. A Manuela que abriu mão de ser deputada federal, de concorrer à prefeita e que se mudou para Porto Alegre para ir à feira e buscar a filha na escola. E que depois disso tudo percorreu o Brasil inteiro como candidata à presidência e vice. A Manuela de 2019 é inteira. Que os anos sigam me fazendo bem. Por dentro. (Não gosto nem de pensar no que seria o desafio #10yearchallenge no Brasil... que dor comparar 2009 com 2019!)

A post shared by Manuela d'Ávila (@manueladavila) on