A Idade Média é marcada pela ascensão do culto as relíquias. Segundo os dirigentes católicos tais objetos surtiam efeitos milagrosos quando tocados pelos fiéis que viajavam por dias, semanas e até meses na busca de uma cura física ou espiritual, por exemplo. Essas relíquias eram em sua maioria restos mortais de santos ou mártires que viveram em prol da fé cristã.
Nesse período, a Religião tomou um rumo contrário ao que pregava e vendo a possibilidade de aumentar a renda passaram a negociar a fé. Isso, porque para muitos, ir a Terra Santa e tocar nas 'relíquias' era algo primordial, ainda que para isso precisasse fazer uma longa caminhada e pagar muito dinheiro aos que as possuíam, pois o que importava era receber o milagre almejado.
As mentiras giravam em torno da cura do corpo enfermo, do fechamento do corpo para aqueles que eram destinados a ir para a guerra. Assim, as igrejas compravam objetos falsos de andarilhos e viajantes e tinham como propósito aumentar o fluxo da peregrinação tão rentável, na época. A igreja Católica não lucrou apenas interferindo no estado, mas também negociando a fé de várias formas.
Culto às relíquias 'sagradas'
O culto às relíquias tem sido um dos elementos mais distintos e marcantes do cristianismo desde suas origens. As relíquias são mantidas em recipientes especiais, chamados de relicário, e foram colocados nas igrejas para serem venerados pelos fiéis. Por que tais relíquias são falsas? Muitas são as igrejas candidatas a afirmar que possuem um único objeto esse fato por se só já desmascara o culto as relíquias além da pesquisa de historiadores sobre as datas dos objetos abaixo selecionados.
São Bernardo de Claraval, adepto do movimento 'as Cruzadas', afirmou em sua época que havia recebido um milagre enquanto rezava próximo a uma imagem da Virgem Maria, dentre tantas ficavam espalhadas por toda a região, recebeu um esguicho de leite que possivelmente teria sido materno.
Mas, após contar esse fato, muitos começaram a fazer uso dessa fala para ludibriar fieis e assim 'encher os bolsos de dinheiro' disseminando a ideia de que o “leite da virgem” curava todo tipo de doença, além de dar poderes sobrenaturais ao contemplado.
E o que falar do sagrado prepúcio? Segundo a história, era costume do povo hebreu cortar o prepúcio para selar o voto de aliança com Deus e quando nasceu Jesus (da linhagem de Davi) não poderia ser diferente.
Aos 8 dias de nascido sua aliança com Deus foi selada. Mas o que é curioso é o fato de que o prepúcio de Jesus só veio a público fazendo milagres, tempos depois de sua morte.
Mas, não foi só o 'leite da virgem' que caiu nas graças dos exploradores da fé, há aqueles que afirmam possuir as sandálias de Jesus (produzidas com algumas tiras que foram tocadas pelo Messias) usadas em 754 d.
C. pelo rei Pepino, o Breve. Atualmente, permanecem na Abadia de Prüm, na Alemanha. O calçado em verdade já foi usado por vários papas.
Há também o cálice sagrado, mas este conta com 200 entidades cristãs que dizem o possuir. Então, são 200 cálices sagrados. Número alto quando se leva em conta que Jesus era um só. Mas, os historiadores e pesquisadores encontraram 2 cálices que datam da época de Jesus, um está na catedral de Valência e o outro está na Basílica de São Isidor.
João Calvino apontava a falsidade das relíquias
O protestante João Calvino (séc. XII) brincava sobre a gama de indivíduos que diziam possuir pedaços da cruz onde Jesus foi crucificado. O protestante afirmava que se todos 'fossem reunidos, daria para carregar um navio' e brincando ainda mais com a imaginação podemos dizer que dava para construir um grande barco.
Isto porque os pedaços da suposta cruz estão espalhados desde a Etiópia até as Filipinas. Já a Coroa de Ferro da Lombardia dizem que teria sido feita com um dos pregos da cruz. Contudo, estudos arqueológicos dizem ao contrário.
São Jorge e São Donato são famosos por matar dragões e segundo os fiéis os ossos estão guardados e são dotados de milagres. Na catedral de São Donato, em Veneza, por exemplo, há grandes ossos que adornam o altar. Assim, como na catedral de Wawel, na Polônia, que guarda o que teria restado do dragão que assombrou a colina, onde a catedral foi construída. Mas, segundo estudos com carbono os ossos são provavelmente de mamute ou baleia. Talvez esses fossem os ditos dragões, da época.
A lança que perfurou Jesus na cruz foi chamada de 'lança do destino' e algumas apareceram como sendo as verdadeiras. Em relação a este objeto coisas extraordinárias podiam acontecer com quem a possuísse, visto que esta pessoa poderia controlar o mundo. Durante as coroações do Sacro Império Romano Germânico, era usada uma lança que teria sido forjada com um prego da cruz e por este motivo também era dita especial. A “verdadeira” Lança do Destino pode ser a que esteja em Echmiadzin, na Armênia, ou pode ser a que está na Basílica de São Pedro, em Roma.
A morte de Jesus afetou muitos na época ao ponto de um grupo de pessoas pedir para sepultar o corpo. O pedido foi concedido e então enrolaram o corpo de Jesus num tecido.
Este recebeu o nome de Tecido de Turim, pois há marcas faciais supostamente sendo do rosto de Jesus. O tecido, porém, chegou a Turim apenas 1453 depois. Apesar da crença, testes com carbono 14 indicam que ele possui 1260 anos d.C. Contudo, é possível que alguém tenha sido crucificado de verdade com o intuito de fabricá-lo, devido a sua anatomia correta marcada no tecido. Mas, com certeza este não foi o tecido que embrulhou o corpo de Jesus.