Muito embora a indústria brasileira tenha sido agraciada pelo Governo Federal com vários incentivos fiscais, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), liderada por Paulo Skaf (PMDB), éconsiderada atualmente uma das grandes financiadoras do impeachment da presidenta Dilma Roussef (PT). Por mais que odesconto tenha diminuído em 2015, desde2011 a União tem desonerado a folha de pagamento das Indústrias para incentivar a sua produção - na prática, o que ocorre é a substituição a contribuição patronal por um tributo incidente sobre o faturamento da empresa com alíquotas entre 1% e 2%, excluindo aquele sobre a folha de pagamento.

Dilma também, desde o primeiro ano de seu governo, tem feito incentivos na área do ensino técnico, viabilizando um maior investimento no chamado "Sistema S", no qual, sob a tutela da ConfederaçãoNacionalda Indústria, estão SENAI e SESI.O objetivo dessas ações visava uma reindustrialização do Brasil, em processo de desindustrialização desde os últimos governos da Ditadura Militar, por meio de uma maior produção e faturamento, na tentativa de criar mais empregos na área industrial e possibilitar a entradade jovens e desempregados na indústria.

Outro pedido constante da FIESP era o do rebaixamento de juros para que houvesse a possibilidade de empréstimos mais baratos. Em outubro de 2012, a taxa SELIC chegou a 7,25%.

Embora juros baixos sejam positivos para toda a economia e, principalmente, para o consumo, o processo de desindustrialização no Brasil fez com que grande parte do capital industrial não esteja mais atrelado à produção, mas sim à especulação da Bolsa de Valores. Ou seja, o rebaixamento da taxa SELIC, na verdade, causou o efeito inverso ao desejado: a indústria, que começou a perder dinheiro especulativo, iniciou um processo de aumento de preços e diminuição da mão-de-obra, visando a recuperação do que foi perdido nas Bolsas.

Hoje, porém, com taxas elevadas de juros (14,25% ao ano), a FIESP questiona a atual SELIC, dizendo que ela torna a produção inviável.

A desvalorização do real perante o dólar também era um pedido das indústrias, já que, em tese, diante de um real valorizado, a exportação diminui, embora se tenha a possibilidade de se renovar a tecnologia nacional, por meio de compras de maquinários atuais de outros países para melhorar e acelerar a produção.

O dólar chegou, em 2012, a ficar abaixo de R$ 1,70. Hoje, sendo necessário o gastode R$ 3,50, em média, para que se compre um dólar, o Superávit da Balança comercial tem tido resultados expressivos, somandoem março desde ano US$ 4,43 bilhões e, no primeiro trimestre de 2016, US$ 8,39 bilhões.

As constantes retrações na Indústria, o desemprego na área, demonstram como os incentivos aos industriários não só não aumentaram a produção, mas como causaram um desiquilíbrio fiscal, pois não houve o retorno esperado. Ou seja, a Crise econômica pela qual o Brasil está passando também tem como causa a desindustrialização do país, influenciada pelo excesso de incentivos à área, embora o discurso "não vou pagar o pato" da FIESP, que desembolsou mais de R$ 5 milhões em publicidade pró-impeachment em veículos de comunicação, seja de que as indústrias tornou-se a principal vítima das políticas econômicas do governo Dilma Roussef.