Nesta segunda-feira (20), o dólar encerrou cotado a R$ 5,309, obtendo uma alta de 1,4%, equivalente a R$ 0,073, em meio à instabilidade no mercado do petróleo. Esse valor foi o maior desde o dia 3 de abril, quando a cotação encerrou em R$ 5,326, colocando-se como o segundo maior nível nominal após a criação do real, em 1994.
No total, até este momento de 2020, a moeda americana acumula alta de 32,3%. Segundo a EBC, a alta provavelmente seria maior, mas o Banco Central interveio no mercado e vendeu as reservas internacionais a US$ 500 milhões à vista, além de leiloar US$ 1,187 bilhão nas operações de cunho compromissado, de modo que, o dinheiro possa retornar para o caixa do Banco Central (BC) meses depois.
Instabilidade no petróleo afeta Bolsa de Valores
Nesta segunda-feira (20), a bolsa de valores brasileira, B3, fechou próxima dos 79.000 pontos, obtendo uma queda de 0,02%.
A oscilação do indicador ao longo do dia se deu por conta da instabilidade do mercado de petróleo. Já, o índice da Dow Jones de Nova York recuou bastante, cerca de -2,44%.
Havia uma expectativa de que a estabilização dos novos casos pudesse animar os mercados, contudo novas divulgações de diversos países sobre a queda de suas economias, maior do que o esperado, acabou afetando diversos mercados, inclusive o do petróleo.
A cotação do barril do Texas, nesta segunda (20), fechou com preço negativado pela primeira vez na história. Os barris do tipo WTI encerram o dia em US$ -37,63, queda de 300%. Os contratos referentes a esse petróleo programado para o mês de maio vencem hoje (21).
Efeito da pandemia nos preços do petróleo
A pandemia do novo coronavírus isolou a população mundial, provocando consequentemente uma queda na demanda, o que acaba faltando espaço para armazenar o combustível. Esse fato fez com que os investidores vendessem seus contratos a preços desconsideráveis e que contratassem pessoas para estocar os barris.
O contrato do barril do tipo Brent, usado como referência pela Petrobras e pelo comércio internacional, desativaram a cotação para o próximo mês.
Nesta segunda, por volta das 19h, o Brent caiu 7,44% e foi vendido por US$ 25,99. Toda a turbulência refletiu diretamente nas ações da Petrobras, que foi a mais negociada da bolsa.
Na segunda, os papéis ordinários tiveram uma desvalorização de 0,9% e os preferenciais caíram 1,12%.
Em março, a Arábia Saudita e a Rússia aumentaram a produção do petróleo, ainda com baixa no preço e com isso deu início a guerra de preços. No início (março), a cotação do barril tipo Brent, operava abaixo de US$ 20. De acordo com a Petrobras, extrair o petróleo na camada do pré-sal só é interessante para cotações que estejam acima de US$ 45.