Durante a primeira triagem realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no auxílio emergencial de R$ 600, programa criado pelo governo federal em meio à pandemia do novo coronavírus, foi identificado 17 mil mortos entre os beneficiários. Vale lembrar que a ajuda foi criada no intuito de ajudar os trabalhadores independentes, que tiveram suas áreas profissionais atingidas devido ao isolamento social.

Conforme dados da apuração, cerca de 620 mil pagamentos do programa foram feitos indevidamente somando um valor de R$ 427,3 milhões, isso, até abril.

Apenas com mortos foram gastos R$ 11 milhões dos cofres públicos. Na última quarta-feira (1), os ministros da corte iriam julgar tal relatório, que foi obtido através de uma auditoria preliminar realizadas por técnicos do TCU. O documento, que foi apresentado pelo ministro Bruno Dantas, apresenta diversas irregularidades nos pagamentos do programa e o jornal Folha de S. Paulo conseguiu ter acesso a dados do documento.

Mortos receberam auxílio emergencial

De acordo com o relatório, São Paulo lidera o ranking dos estados que tiveram mais mortos recebendo a ajuda do Governo, somando 2.674 beneficiários. Em Minas Gerais, 1.761 mortos também foram contemplados com o auxílio, seguido por Ceará com 1.561, Bahia com 1.358, Pernambuco com 1308 e Maranhão com 1.299.

Na soma destes seis estados está concentrado 58%, R$ 6,4 milhões de pagamentos designados a pessoas falecidas no país.

Novas parcelas do auxílio emergencial

Na última terça-feira (30), o governo anunciou que o pagamento do auxílio emergencial será feito por mais dois meses. De acordo com informações, serão distribuídos mais R$ 1.200 para cada beneficiário, contudo, até o momento ainda não foi divulgado a forma e nem o calendário de pagamentos destas parcelas adicionais.

Servidores públicos também recebem o benefício indevidamente

Ainda de acordo com o relatório do TCU, além dos mortos, 134,2 mil servidores públicos, entre eles, federais, estaduais e municipais, também foram contemplados com o benefício de forma irregular. Isso, tendo em vista que tais trabalhadores não sofreram instabilidade em suas áreas profissionais e nem ao menos cortes de jornada e trabalho.

Além disso, 221,3 mil pessoas aposentadas pelo INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), também receberam pagamentos indevidamente, isso já que eles não se encaixam nas normas do programa. Desta forma, foram designados dos cofres públicos R$ 97,7 milhões a servidores públicos, e R$ 141,6 milhões a aposentados pelo INSS.

Irregularidades envolvendo presos

E mais, no documento também consta irregularidades em pagamentos do benefício destinado a presos e até a trabalhadores com renda acima do que a que foi definida nos parâmetros para socorro financeiro do programa. Tais irregularidades foram descobertas após o cruzamento de dados do programa com os dados contidos na base do governo.