O mês de janeiro encerrou com o índice da Ibovespa negativo. Os 115 mil pontos sofreram uma queda de 3,32%. No decorrer de todo o mês de janeiro, as sessões foram marcadas por oscilações consideráveis (fortes altas e quedas), devido aos receios quanto ao recrudescimento da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no globo terrestre e a continuidade do fluxo de capital estrangeiros no Brasil, inclusive após a renovação das máximas históricas.
A Ibovespa chegou a registrar na última quarta-feira (27) a entrada de R$ 23,302 bilhões em dinheiro estrangeiro, marcando o melhor janeiro em termos nominais desde 1994 – início do levantamento mensal que é feito pela Bolsa de Valores brasileira - a B3.
Outro fator que influencia negativamente o índice do Ibovespa é a taxa Selic, que ainda continua em 2% ao ano.
Investidores assumiram riscos em 2020, mas temem Covid-19 em 2021
Segundo analistas, o apetite dos investidores pelo risco só aumentou no quarto trimestre de 2020, em meio a pandemia da Covid-19, quando estes viram a oportunidade de buscar mercados emergentes, a exemplo do Brasil. Isso se configurou em um melhor patamar financeiro, segundo o indicador de desempenho da B3 - Ibovespa. No entanto, não chegou nem perto do saldo de R$ 34 bilhões registrados no mês de novembro de 2020.
De terça-feira (19) para quarta-feira (27) foram acumuladas cerca de seis sessões registrando queda, somente, na quinta-feira (28) o crescimento se estabilizou marcando uma alta de 2,59% em uma única sessão onde quatro ações sofreram queda.
Contudo, na última sexta-feira (29), o dia foi marcado por diversas perdas, a exemplo da IBOV que sofreu uma queda de 3,21% nos 115.067,55 pontos e que tem um giro financeiro acima dos R$ 37 bilhões.
As únicas que ficaram com índice positivo foram as ações pertencentes a Marfrig (+0,08%) e a Braskem (+1,64%). Os dados tem deixado os investidores temerosos, em especial, devido ao aumento dos casos de Covid-19 no país.
Ibovespa: notícias internas e externas provocam queda na B3
Segundo análises, o resultado negativo foi consequência de uma sucessão de notícias internas e externas, a exemplo de discussões relativas a prorrogação do auxílio emergencial destinados as famílias atingidas pelo episódio ocorrido em Brumadinho, além da aprovação do novo pacote fiscal dos EUA elaborado por Joe Biden, atualmente presidente americano e o alerta feito pela OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre os graves riscos na distribuição da vacina contra a Covid-19 de forma desigual no mundo.
Covid-19: campanha de vacinação lenta gera incertezas na Ibovespa
O chefe de pesquisa da corretora Ágora Investimentos, José Francisco Cataldo, afirmou que as incertezas em relação as campanhas de vacinação contra o coronavírus faz com que haja uma aversão a encarar os riscos no Brasil. Outro fator é o medo do recrudescimento da Covid-19 em diversos territórios, onde o avanço tem se mostrado mais latente. Uma dessas regiões é o Brasil que voltou a registrar altos índices de contágio e mortes nos últimos dias.
Com um processo lento na vacinação da população no país, muitas incertezas pairam sobre os investidores.
Expectativa de alta para Ibovespa supera os 70%, diz pesquisa
O Termômetro Broadcast Bolsa é uma pesquisa feita em tempo real para capturar o sentimento de analistas, operadores e gestores quanto ao comportamento do Ibovespa e na última sexta-feira (29), uma pesquisa foi realizada com 11 participantes.
Esses participantes disseram estar otimistas quanto ao mercado financeiro brasileiro, em especial, no que se refere ao comportamento das ações de curtíssimo prazo.
Dentre eles, cerca de 72,73% acreditam que a Ibovespa terá uma alta entre 1º e 5 de fevereiro, os demais participantes acreditam que haverá estabilidade da Ibovespa seguida de queda. As incertezas são parte do cenário marcado pela crise sanitária pela qual passa o mundo em decorrência da Covid-19.