Em meio a uma pequena reforma ministerial com o objetivo de acomodar seus aliados, o que inclui até mesmo a recriação do Ministério do Trabalho, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez declarações sobre a agenda econômica do Governo federal.

Um dos assuntos abordados em uma entrevista à Rede Nordeste de Rádio foi o aumento do Bolsa Família a partir do mês de novembro.

Bolsa Família

Segundo Bolsonaro, está garantido o aumento de pelo menos 50% do valor do benefício – a equipe econômica ainda não definiu de onde sairão os recursos.

O presidente declarou que está estudando pagar R$ 300 até o final do ano para mais de 22 milhões de cidadãos, porém não é com intenções eleitoreiras, garantiu Bolsonaro, que alegou que o governo quer “que a pessoa tenha uma porta de saída”.

Gás

Já em entrevista à rádio Arapuan, da Paraíba, ao falar sobre o valor do gás de cozinha, o mandatário afirmou que se o produto sai das refinarias valendo R$ 45 e chega até a população valendo R$ 110, isso não seria culpa do governo federal, e sim dos governadores, que não teriam baixado a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Segundo Bolsonaro, o imposto federal sobre o gás é zero e ele teria cancelado todos os impostos federais do gás de cozinha por 20 anos.

O presidente disse que o que encarece o produto é o frete e a pessoa que está na ponta vendendo o botijão, e que a maior parte seria o ICMS, imposto estadual.

Bolsonaro recomendou então que as pessoas procurassem seu deputado estadual, seu governador e pedissem que baixassem o preço do produto.

Segundo Bolsonaro, o preço do gás de cozinha deveria ficar entre R$ 60 e R$ 70.

Não é bem assim

O que o presidente Bolsonaro não disse é que a Petrobras ficam com praticamente a metade do valor do botijão. De acordo com informações da própria empresa.

O preço médio da revenda do botijão de 13 quilos no Brasil entre os dias 4 e 10 do mês de julho estava em R$ 89,84.

Do preço final, R$ 46,88 ficam com a estatal.

Revender o gás de cozinha pelo preço proposto por Bolsonaro iria demandar reduzir a margem da Petrobras, eliminar o lucro das distribuidoras e dos pontos de revenda ou ainda zerar os impostos estaduais.

Reduzir o preço do gás de cozinha é algo que Bolsonaro promete desde quando estava em campanha eleitoral para a presidência da República.

Mesmo depois de eleito, Jair Bolsonaro não conseguiu cumprir a promessa de campanha.

No site da Petrobras, a própria estatal declara que não tem o poder de determinar qual será o preço do gás de cozinha, diferente do que afirmou Bolsonaro.