Parece uma coisa comum um aluno levar tarefa da escola para fazer em casa. E, na verdade, é, se observarmos a prática da grande maioria das escolas brasileiras.
Porém, muitas discussões têm sido feitas nos espaços de formação e trabalho de professores, acerca do significado real que esta prática assume cotidianamente na vida das crianças. Para ajudar a aprofundar um pouco o assunto, uma questão central para se refletir seria: Que objetivo a escola pretende alcançar ao enviar a “tarefa de casa”?
Uma resposta possível para esta pergunta seria exercitar os conhecimentos adquiridos no ambiente escolar. A tarefa de casa serviria para testar e reforçar os conteúdos estudados. Uma segunda resposta poderia ser que, a tarefa é uma forma da Família conhecer, acompanhar e auxiliar a escola no processo de formação dos filhos.
No entanto, os relatos de muitos professores e mesmo de muitas famílias sobre o tema sinalizam que, a “tarefa de casa” acaba por não alcançar os objetivos pretendidos por vários motivos: falta de tempo, falta de conhecimento do conteúdo e mesmo falta de paciência das famílias para acompanhar e ensinar os filhos no momento da atividade.
Assim, o que deveria ser bastante proveitoso, inclusive por oportunizar estreitamento dos vínculos familiares, acaba se transformando numa situação de muito estresse tanto para as crianças quanto para os responsáveis.
Por outro lado, há situações em que os pais dos alunos cobram dos professores quando a tarefa não vai para casa. É como se a tarefa simbolizasse a confirmação de que o aluno estudou na escola. Para a professora, Tânia Ramos Fortuna, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a tarefa de casa pode ser positiva na medida em que os alunos encontrem significado na realização da atividade.
De acordo com recentes pesquisas realizadas nos Estados Unidos e em alguns países europeus, a tarefa de casa não tem melhorado o desempenho escolar.
Ao contrário, em alguns casos, o excesso de atividades estaria causando efeitos desestimuladores para o desempenho dos alunos.
Para os estudiosos do assunto, o que as escolas e pais podem fazer diante das divergências sobre a questão é encontrar caminhos possíveis, por meio do diálogo, acordando ações que considerem as limitações e potencialidades dos envolvidos e que garantam espaços afetivos e significativos de aprendizados para as crianças, sejam eles, na escola ou em casa.