Não é novidade para ninguém que a maioria da população brasileira está endividada. Esta triste constatação tem duas grandes causas: a alta taxa de juros praticada no Brasil e a falta de educação financeira que não é universalizada para toda a população. Junte-se a isso, a necessidade quase compulsiva de alcançar um padrão de vida idealizado que não condiz com a realidade financeira da qual a pessoa dispõe no momento. De fato, não é fácil ser disciplinado e paciente. A verdade é que não queremos esperar pelos resultados que poderão vir de nossas ações no futuro.

Por isso, buscamos antecipar a vida que desejamos agora no presente. Infelizmente o resultado deste pensamento tem se mostrado trágico, haja vista os altos níveis de endividamento das pessoas físicas divulgado recentemente na mídia brasileira.

A vida é agora

Além dos fatores citados anteriormente, há ainda um outro elemento que age sobre o psicológico. Neste ponto fica difícil resistir a tentação de gastar. A vida é agora! Ora, todo mundo que viver e viver bem. Então, não é tão custoso assim convencer alguém a comprar um carro novo, mesmo que aquele da garagem funcione perfeitamente bem. O status e a satisfação pessoal falam mais alto. E não há problema nenhum em comprar um carro zero. O problema está em passar por privações desnecessárias para manter o tal desejo.

Há quem prefira pagar a parcela do carro zero que pagar um plano de saúde, por exemplo. O problema parece ser o da incapacidade de enxergar o que de fato é mais importante e tornar-se escravo do imediatismo e da Opinião alheia sobre o seu padrão de vida.

As consequências da antecipação

Quando não somos capazes de discernir claramente e enxergar nossa própria vida como ela é, estamos ao serviço e construindo com bases bem firmes o sonho de outros, não o nosso!

A grande sacada parece ser a do equilíbrio e a do bom senso. Caso contrário, viveremos num castelo de cartas que ao menor vento pode despencar.

Todo este cenário não deve ter o efeito de nos imobilizar pela busca daquilo que desejamos, contudo, deve servir de alerta para olharmos com clareza e verdade sobre nossa própria condição, pois se assim não for, algumas consequências são óbvias:

  • vulnerabilidade diante de padrões financeiros que não são adequados;
  • dificuldade em priorizar e discernir sobre aspectos importantes da vida;
  • empobrecimento a longo prazo;
  • dificuldade em prosperar, já que as dívidas são uma constante.

A chave é se conhecer e priorizar

Antecipar algo, quer dizer, trazer para agora aquilo que naturalmente deveria vir depois.

Isso pode ser bom em certas situações. Resta refletir sobre as consequências dessa antecipação sobre sua própria vida. Há quem goste de viver pagando boletos. Se a pessoa está feliz assim, não há porque mudar. Porém, se o sentimento é sempre o de falta, de perda, de que ainda não chegou lá, precisa urgentemente mudar a estratégia. Nunca é demais dizer que estudar sobre suas próprias necessidades e sobre o que lhe faz feliz é sempre o caminho mais acertado. Outro passo é como conquistar isso com inteligência e sabedoria. Um bom caminho é a priorização.