Carlos Alberto Decotelli já não é mais o ministro da Educação do Governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O ex-ministro confirmou sua saída do MEC depois que foram encontradas inconsistências em seu currículo. Decotelli acusou a nota da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de “fake”. As informações são do site UOL.

A FGV divulgou uma nota na noite da última segunda-feira (29) em que dizia que Carlos Alberto Decotelli não havia atuado como professor ou pesquisador da instituição, contrariando informação contida em seu currículo. Depois da polêmica, Jair Bolsonaro convocou Decotelli para uma conversa no Palácio do Planalto, mas Bolsonaro já havia decidido que Decotelli não estaria mais no comando do MEC.

CNN

Em entrevista à emissora, Decotelli declarou que é um profissional de gestão, de diálogo, que seu ambiente é a sala de aula. Por isto, ele aceitou a proposta de Bolsonaro. Ele afirmou ainda que agradeceu a confiança do mandatário e que começou a desenhar um projeto para implementar no ministério da Educação.

Mas, esse projeto foi questionado pelas questões que surgiram em torno de seu currículo. O ex-ministro afirmou que estas inconsistências curriculares são explicáveis no mundo acadêmico, disse ele à CNN Brasil. Decotelli então lamentou que não pudesse dar continuidade ao seu projeto no MEC por causa da “fake da FGV” em divulgar que ele nunca foi professor da Fundação Getúlio Vargas.

Ele relatou ainda que Bolsonaro lhe chamou e lhe disse que se até mesmo a FGV, onde ele, Decotelli, trabalha há 40 anos, nega que ele atuou como professor, então fica impossível para o governo continuar tendo que responder pelas inconsistências encontradas em seu currículo, relatou Decotelli sobre o encontro com Bolsonaro.

O portal UOL pediu para que a FGV se pronunciasse sobre o caso e até a publicação da matéria, não havia dado resposta. Mas a assessoria da fundação entrou em contato com a CNN Brasil e reafirmou o que havia divulgado em sua nota em referência à dissertação do professor Carlos Alberto Decotelli. De acordo com a praxe no meio acadêmico, a FGV irá criar uma comissão específica que ficará encarregada de apurar os fatos.

Outras acusações

Nos últimos dias têm surgido várias acusações que contestam as informações que constam o currículo do ex-ministro na plataforma Lattes. Ele agora virou alvo de investigações de plágio e fraude em sua vida acadêmica. Na semana anterior, ele foi questionado pelo reitor da Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, Franco Bartolacci, que garantiu que Decotelli não concluiu seu doutorado na universidade.

Na segunda-feira (29), foi a vez da Universidade de Wuppertal, na Alemanha que também garantiu que ele não havia feito pós-doutorado na universidade. Depois que estes casos vieram à tona, o economista alterou seu currículo na plataforma Lattes. De acordo com fontes ouvidas pelo Estadão, o fato de Carlos Alberto Decotelli ter sido contestado por uma instituição brasileira tornou sua situação insustentável dentro do governo.