A decisão da Federação Argentina de Futebol (AFA) em encerrar as competições em andamento no país não agradou aos jogadores, que entraram em pé de guerra contra a entidade. Apesar de o campeonato nacional ter sido encerrado um pouco antes do estouro da crise do novo coronavírus, havia ainda duas competições importantes em andamento.

Pelo que foi decidido pela AFA, a Copa da Superliga e da Copa da Argentina, que ainda estavam no começo foram canceladas. As competições valiam classificação para a Copa Libertadores da América e para a Copa Sul-Americana do ano que vem.

Essas vagas serão preenchidas por meio da tabela acumulada da Superliga Argentina e a rodada inicial da Copa da Superliga.

A Copa da Argentina, torneio de mata-mata, estava em sua segunda fase ainda com jogos entre times da mesma região. Já a Copa da Superliga teve apenas jogada sua rodada inaugural, sendo que dois times nem chegaram a entrar em campo para estrearem. A Superliga, novo nome dado ao Campeonato Argentino, se encerrou em março e teve o Boca Júniors levantando a taça.

Nada de rebaixamento

Por enquanto, Boca Juniors, River Plate, Racing e Argentinos Juniors já estão garantidos na Copa Libertadores de 2012. Já Vélez Sarsfield, San Lorenzo, Newell's Old Boys, Talleres, Defensa y Justicia e Lanús aparecem como representantes argentinos na Copa Sul-Americana.

Outra decisão foi suspender até 2021 o rebaixamento. Dessa forma, o Gimnasia La Plata, time treinado por Diego Maradona, ficará livre da queda. Apesar disso, para o ano que vem o cálculo da média de rebaixamento continuará sendo feito.

Jogadores não aprovam medidas

O secretário-geral do sindicato dos jogadores de futebol da Argentina, Sergio Marchi, classificou como apressada a decisão de não haver rebaixamento em 2021.

Para ele, os times jogarão por nada e isso empregos e afetará o trabalho de renovação de jogadores do futebol do país. Ele disse ainda que os atletas irão se opor a ideia.

De acordo com notícia publicada pelo jornal Olé dos capitães das equipes da primeira e de outras divisões realizaram reuniões virtuais nos últimos dias para debater o assunto e expressar a insatisfação com a ideia de não haver rebaixamento.

Inclusive, não foi descartada a possibilidade dos atletas iniciarem uma greve.

Outra preocupação do sindicato é com o temor que obrigações contratuais não sejam cumpridas. A entidade estima que até o meio do ano, 2 mil atletas profissionais terão seus vínculos encerrados, sendo que 212 deles jogam na primeira divisão.

Em nota, o sindicato disse ainda que a decisão da AFA “torna-se irracional e contrária à dignidade de jogadores e jogadoras”.