Recentemente a Globo decidiu ir à Justiça para rever um contrato com a Fifa no valor de US$ 600 milhões. A ação foi movida não só no Brasil, mas também na Suíça, o que acendeu um alerta vermelho no mercado.

A Globo colocou em risco o direito de transmitir a Copa do Mundo (2022) depois de entrar na Justiça para não pagar a parcela de US$ 90 milhões (R$ 460 milhões), que vence nessa terça-feira (30).

Caso a emissora perca o direito de transmitir os jogos da Copa do Mundo, irá quebrar uma tradição de 50 anos do povo brasileiro, já que desde a copa de 1970 os telespectadores param tudo para ver os jogos.

De acordo com analistas, a Globo está dando sinais de que terá dificuldades em honrar os pagamentos.

Globo já passou por outra grande crise antes

Essa não é primeira vez em que a emissora passa por dificuldades. No começo do ano 2000 a Globo sobreviveu a uma crise grave, na ocasião a crise custou investimentos bilionários e até a perda do controle da Net, hoje comprada pela Claro.

De acordo com o site Noticias da TV, que ouviu fontes próximas ao alto escalão da emissora, a atual crise é mais complexa, isso porque no momento o Brasil está se preocupando não só com uma recessão econômica, mas está também enfrentando uma pandemia mundial.

Os fatores agravantes para a crise na rede Globo são: A incerteza de quanto tempo o Brasil vai levar para vencer a Covid-19, as mudanças na tecnologia e o aumento da concorrência, principalmente se tratando dos streamings, além de o fato de as assinaturas de canais pagos da Globo terem sofrido uma queda brusca.

Finanças da Globo a longo prazo podem estar comprometidas

Em 2019 a emissora fechou com o caixa em R$ 10,5 bilhões, o que na ocasião era equivalente a 3,3 vezes o débito total daquela ocasião. O fato de a Globo não honrar uma conta de US$ 90 milhões com a Fifa, pode passar a impressão de insegurança ao mercado quanto a cumprimento de pagamentos a longo prazo.

Uma fonte do site Noticias da TV disse que mesmo que a Globo consiga solucionar o problema atual, a capacidade de se adaptar a longo prazo pode estar comprometida.

A emissora diz que não está passando por dificuldades financeiras, porém admite que a pandemia do coronavírus os forçou a acelerar o processo de transformação digital e a dispensar grandes nomes da emissora.

A Globo ainda admitiu estar revendo portfólios, propriedades e direitos, a negociação com a poderosa Fifa está dentro desses parâmetros.

Ex-executivo da Globo diz que vê gesto de desespero na emissora

Um ex-executivo da emissora falou com o site Noticias da TV, ele disse que não queria ser identificado. Segundo a fonte, a Globo teve um ato de desespero, pois segundo ele a emissora "abriu mão do amanhã para não morrer hoje" e que essa foi uma atitude de desespero.

Outro fator que agrava a situação da emissora é o fato de o grupo Globo ter tido a nota de crédito rebaixada. De acordo com o Moody's a nota de crédito da Globo foi de Ba1 estável para Ba1 negativo.

De acordo com o Moody's a emissora ficou muito vulnerável depois de mudanças no mercado e agora continua vulnerável à pandemia.