O domingo (24) não poderia ser diferente para o clássico GreNal 429. Dia de Sol que terminou com prenúncio de temporal na capital Porto Alegre. No palco da gigante da Beira-Rio, uma disputa de dois times que queriam (e precisavam ganhar) a todo o custo.

Enquanto um queria se manter na liderança e se distanciar dos concorrentes, o outro almejava embolar o campeonato e se meter na briga pelo título.

No final, quem venceu foi o líder, o Internacional, que se distanciou de seus concorrentes e já coloca uma mão na taça que não vê desde o longínquo ano de 1979.

Vitória da solidez colorada

A rodada foi perfeita para o Internacional. Os concorrentes tropeçaram, a liderança estava garantida e uma vitória sobre o maior rival proporcionava duas injeções extras: a quebra de um jejum de 11 jogos e a disparada rumo ao título com apenas 7 rodadas para o final do campeonato.

Não deu outra. Os comandados de Abel Braga fizeram um primeiro tempo exemplar. Comandaram o jogo, tiveram chances para abrir o marcador, mas foram impedidos pela trave e pela boa defesa do Grêmio, muito bem postada com Kannemann e Geromel.

Contudo, após a saída do capitão gremista, o Grêmio precisou de uma luz e também de um controle emocional forte. O Internacional seguia pressionando, criava as melhores chances e, a todo o custo, na base da insistência, quase abriu o placar na reta final do primeiro tempo.

No segundo tempo, novamente o Inter pressionava, mas sem entrar na área. Criou chances, teve oportunidades, mas novamente a bola insistia em não entrar. O chute de fora da área de Edenílson acabou demonstrando o cansaço da equipe que não conseguia marcar diante de um Grêmio fechado e muito bem postado por Renato Portaluppi.

O Tricolor então ajustou seu meio-campo, compactou suas linhas e decidiu trocar passes rápidos no grande círculo central até que abrisse uma brecha na defesa colorada.

E conseguiu! Em roubada de bola de Diogo Barbosa, o Grêmio armou o contra-ataque rápido que tanto queria. O lateral cruzou rasteiro para Diego Souza, que presenteou Jean Pyerre, que abriu o placar no Beira-Rio.

Após o 1 a 0, o Grêmio ainda comandava as ações do jogo com toques rápidos no meio-campo. Um Internacional cansado tentava, na base da raça e da bola aérea, o empate. E ele veio. Com uma bola alçada na área, o gigante Abel Hernandez apareceu entre os zagueiros e firmou de cabeça, nas redes de Vanderlei.

Com o empate, o Internacional se jogou para cima. Na base da bola aérea, da insistência e da força. Até que uma cabeçada forte na bola acerta o braço de Kannemann. Pênalti para o Internacional.

Reclamação dos jogadores do Grêmio. Polêmica instaurada.

Contudo, nada foi suficiente, e o árbitro Luiz Flávio de Oliveira manteve sua decisão e garantiu a penalidade máxima. Na bola, Edenílson. O volante e motorzinho colorado bateu seco, na bochecha da rede, garantindo a vitória no GreNal, a quebra do jejum de 11 jogos e o encaminhamento do título brasileiro de 2020.

Ficha técnica do GreNal 429: INTERNACIONAL 2 X 1 GRÊMIO

Local: estádio Beira-Rio, em Porto Alegre (RS)Data: 24 de janeiro de 2021, domingoHorário: 16h (de Brasília)Árbitro: Luís Flávio de Oliveira (Fifa-SP)Assistentes: Danilo Ricardo Manis (Fifa-SP) e Miguel Cataneo da Costa (SP)VAR: Wagner Reway (PB)

Gol: Jean Pyerre, aos 30 do 2ºT (Grêmio); Abel Hernández, aos 44 do 2ºT, e Edenilson, de pênalti, aos 49 do 2ºT (Internacional).

Cartões amarelos: Moisés (Internacional) e Diego Souza (rêmio)

INTERNACIONAL: Marcelo Lomba, Rodinei, Lucas Ribeiro, Victor Cuesta e Moisés (Uendel); Rodrigo Dourado (Nonato), Edenílson, Praxedes (Marcos Guilherme), Patrick (Abel Hernández) e Peglow (Maurício); Yuri Alberto. Técnico: Abel Braga.

GRÊMIO: Vanderlei; Victor Ferraz, Pedro Geromel, Kannemann e Diogo Barbosa; Lucas Silva (Maicon), Matheus Henrique e Jean Pyerre (Pinares); Alisson (Luiz Fernando), Pepê (Ferreirinha) e Diego Souza. Técnico: Renato Gaúcho.