Mesmo com as campanhas feitas pelo Governo Federal, a população brasileira ainda se descuida muito quando se trata do mosquito da dengue.Pesquisas feitas pelo Ministério da Saúde revelam que o estado do Ceará ocupa o quarto lugar no Brasil em registros de mortes devido a doença, perdendo apenas paraSão Paulo, 360 casos, Goiás, 60, e Minas Gerais, 45.
De acordo com o Ministério da Saúde, os casos graves ou com sinais de alarme da doença representam mais preocupação.A falta de participação da população brasileira é um fator que contribui muito para o crescimento da dengue no Brasil e no Ceará, segundo alguns especialistas, que afirmam também que o calor e a umidade, a qualidade das operações de rotinas no controle do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, o uso mais racional do larvicida por parte dos municípios e a falta de participaçãoda população, contribuem para o avanço da epidemia.
Segundo Marcos Aurélio Silva, um agente de endemias de Fortaleza, mesmo com o uso do inseticida, o combate das larvas do mosquito não tem efetividade, já que o produto só dura dez dias.O agente ainda salientou que o espaço de tempo para fazer um bom trabalho é muito pouco, pois eles só fazem visitas às residências, de três em três meses.
Além das dificuldades encontradas, como serem impedidos de entrarem nas casas, os agentes muitas vezes trabalham sem crachá, afirmou Marcos.Além disso tudo, a carga horária diária de trabalho muito elevada, aliada a falta de equipamento adequado para uma boa realização do trabalho, são cenários que desmotivam os agentes de endemias.
Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde do Ceará afirmou que o uso racional do inseticida por parte dos municípios foi feita a partir do estoque reduzido pelo Ministério da Saúde e que não se pode afirmar que a elevação dos índices da infestação vetorial tenha a ver com a redução do larvicida usado para o controle da dengue.
A Secretaria ainda afirmou que outras estratégias devem ser implantadas para combater o mosquito.