A Baía de Todos-os-Santos possui um total de 56 ilhas e é considerada como uma das maiores baías do mundo. Ainda assim, muitas delas são pouco exploradas por turistas e visitantes, especialmente aquelas onde só é possível chegar de barco, como é o caso da Ilha de Maré. Esse é um destino para quem aprecia a simplicidade de uma natureza exuberante e quer curtir um mar estilo Caribe.

O local é considerado um município de Salvador, o que permite fazer um passeio pelas ilhas sem precisar ir pra muito longe. Esse um dos destinos preferenciais de luxuosos iates e escunas que atracam, principalmente, às margens da praia das Neves.

A ilha abriga as comunidades de Oratório, Botelho, Engenho de Maré, Nossa Senhora das Neves, Itamoabo, Santana, Praia Grande, Mata Atlântica, Martelo, Maracanã e Bananeiras.

Mas, essa região não é só mais um destino bonito. A Ilha possui uma forte história de resistência e luta, podendo ser apreciada nos patrimônios culturais que se distribuem pelas pequenas comunidades.

A História

Apartada dos demais bairros de Salvador por meio das águas da Baía de Todos-os-Santos, Ilha de Maré oculta diversos resquícios culturais dos primeiros habitantes do local, que chegaram na região no século XVI. Nesse mesmo período, foram trazidos para cá os primeiros negros, com o objetivo de servir de mão-de-obra escrava aos senhores de engenho.

A região possui uma terra fértil de massapê, própria para cultura da cana de açúcar.

Nesse contexto, essa é uma região típica de quilombos e, desde 2017, cinco das onze comunidades integrantes da Ilha, passaram a configurar o Território Quilombola da Ilha de Maré, de acordo com o Incra - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.

Ainda é possível observar os vestígios do passado nas comunidades da ilha. A maioria dos moradores, nasceram e se criaram aqui, fazendo com que a região desenvolvesse um forte coletivo de pertencimento, favorecendo a preservação das memórias culturais.

A ilha também abriga a Igreja de Nossa Senhora das Neves, considerada como uma das mais antigas do Brasil.

A Igreja está anexada a um antigo engenho e foi a primeira edificação construída por aqui.

O Turismo Local

Para fazer uma visita à Ilha de Maré é necessário se deslocar até o Terminal Marítimo de São Tomé de Paripe, na Base Naval de Aratu. Daqui partem barcos diariamente até as praias de Itamoabo, Botelho, Praia Grande e Santana. Outra alternativa é negociar a travessia com um barqueiro e escolher as praias que se deseja visitar.

A população local vive basicamente da pesca e da agricultura de subsistência. Está fora da rota turística, o que faz com que Ilha de Maré seja um lugar muito calmo e tranquilo. É um daqueles lugares onde o tempo parece passar mais devagar e são ótimos para desconectar das preocupações diárias e apreciar a natureza.

Justamente por essas características, esse não é um local com grandes infraestruturas. Em Ilha de Maré não se encontram tantas opções de hospedagens e restaurantes, mas algumas praias, como Nossa Senhora das Neves possui o suporte necessário para oferecer um bom atendimento aos seus visitantes. O cardápio é composto basicamente de peixes, mariscos e frutos do mar. Vale a recomendação para moqueca ou salada de Peguari, molusco muito comum na região.

Aqui, destacam-se três praias Itamoabo, das Neves e Botelho.

A de Itamoabo é muito bonita, as casas ficam quase dentro do mar. É um local simples, tranquilo e abriga moradores e veranistas vindos, especialmente de Salvador. Não possui muitas ofertas de bares e restaurantes, mas existem serviços.

Não há barraca nessa praia, vale fazer um piquenique.

A Praia das Neves é a mais frequentada. Possui uma estrutura simples, mas adequada para receber turistas. Às suas margens, atracam escunas, iates e jet-skis trazendo visitantes que buscam desfrutar a tranquilidade e as belezas da região.

A comunidade de Botelho foi reformada recentemente e é também muito bonita. No entanto, esta é mais uma região de moradores do que de visitação. A praia, embora seja bonita, está cercada pelo manguezal, o que faz com que a areia seja substituída pela lama. Ainda assim, vale a visita por possuir cenários ímpares.

Visitação durante a Pandemia

O local tem adotado todas as normas de boas práticas. Considera-se segura a visitação.