O crescente número demulheres solteiras acima de 30 anos na Arábia Saudita tem tirado o sono demuitos sauditas. Esta semana, o líder doWiam Family Care Society, Mohammed Al Abdul Qadir, revelou que cerca de 1.5milhões de mulheres sauditas com menos de 30 anos continuam solteiras e estenúmero, segundo ele, seria equivalente a 33,4% da população. Qadir mencionou que háuma urgente necessidade de traçar um novo plano familiar saudita para daqui a10 anos.
Porém, para muitos, estenúmero revela nada mais é do que a realidade da sociedade saudita, local onde ainda há a prática do dote, chamado de mahr,que é dado pela família do noivo à noiva.
O mahr está incluído no contrato de casamento islâmico e não há umvalor estipulado para o mesmo. Ele pode ser pago no dia do casamento ou apóscerto tempo.
Porém, estima-se que a média estaria em torno de 20.000 dólares.Isto claro, sem contar as jóias que o noivo precisa dar à noiva, anéis denoivado e de casamento, móveis e, geralmente, todo o custo do casamento em si.Muitas famílias começam a juntar dinheiro assim que seus filhos nascem. Paramuitas das famílias das noivas, é uma maneira rápida e simples de ficar rico.
Vale lembrar que, no livro sagrado dos muçulmanos, o Corão, há uma passagem quediz que o mais abençoado dos casamentos seria aquele no qual os noivoscolocariam o mínimo de fardo em ambos.
Porém, apesar da beleza do versículo, não tem sido assim na prática e estudiosos no assunto afirmam que é justamenteeste fardo ou obrigação cultural que está levando cada vez mais os homenssauditas a escolherem noivas estrangeiras.
Muitas mulheres sauditasnegam este fato e alegam que o motivo estaria no grande número de mulheres quepreferem continuar solteiras.
Porém, os números dizem exatamente o contrário. O dote, cuja principalfunção seria garantir o futuro da noiva, tem se tornado o grande vilão da história devido ao seu mau uso.
Hoje, cultura e tradição aindafalam mais alto, mas será que assim continuará após o país se ver em umacrítica situação demográfica? Só o tempo dirá.