Neste domingo de Páscoa (21), uma série de explosões no Sri Lanka deixou mais de 200 mortos e cerca de 400 pessoas feridas. Os alvos dos ataques foram três igrejas católicas, quatro hotéis de luxo e um viaduto.
Estes foram os ataques mais violentos e mortíferos registrados no Sri Lanka desde que o país se libertou de uma longa guerra civil entre o governo e separatistas tâmeis em 2009.
Até o momento nenhum grupo extremista reivindicou a autoria das explosões, mas de acordo com o Ministro da Defesa, Ruwan Wijewardene, os ataques foram feitos por extremistas religiosos.
A população do Sri Lanka tem cerca de 22 milhões de habitantes, sendo que setenta e sete por cento são budistas, doze e meio por cento são hinduístas, nove e meio por cento são muçulmanos e sete e meio por cento são cristãos, sendo que a maioria são católicos.
Quando o país vivia uma intensa guerra civil, os separatistas tâmeis que lutavam contra o governo, eram na maioria hinduístas e alguns católicos. A guerra civil no Sri Lanka era mais voltada ao nacionalismo e etnia do que religiosa, mas desde 2013, o país sofre com extremistas que pregam o fim de qualquer outra Religião que não seja o budismo.
Domingo de Páscoa ficou marcado pela violência
Esta é a primeira vez que ataques tão violentos são direcionados a igrejas católicas no Sri Lanka. A minoria cristã do país sofre discriminação e violência, mas nunca em uma escala tão alta, como os ataques deste domingo.
De acordo com Ruki Fernando, ativista de direitos humanos, a intolerância religiosa no Sri Lanka, vem aumentando, no ano passado foram registrados oitenta e seis casos de ameaças, discriminação e violência contra cristãos.
Os dados são da Aliança Nacional Cristã Evangélica do Sri Lanka. Neste ano já são vinte e seis casos de incidentes contra religiosos, inclusive uma interrupção de um encontro dominical de monges budistas.
Não são só os cristãos que sofrem perseguições no país.
A outra minoria que é muçulmana também sofre perseguições de grupos extremistas budistas. No ano de 2013, uma grande quantidade de budistas atacou uma mesquita, na cidade de Colombo, deixando no total 12 pessoas feridas na ocasião.
O governo pediu para que a população permaneça unida. "Mesmo com esta grande tragédia no nosso país, é muito tranquilizador ver a grande manifestação de solidariedade entre cristãos, hindus, muçulmanos, budistas e outras pessoas de minorias religiosas, doando sangue e ajudando como podem, somos todos seres humanos, com espírito de compaixão e o mesmo sangue correndo nas veias", escreveu no seu perfil do Twitter, o Ministro das Finanças do Sri Lanka, Mangala Samaraweera.