A edição 2020 do Oscar, realizada neste domingo (9), em Los Angeles, e que premiou o sul-coreano “Parasita” como melhor filme, o primeiro em língua não inglesa a vencer esta categoria, foi marcada pela baixa audiência na televisão americana. A cerimônia teve média de 23,6 milhões de espectadores. O índice é 3 milhões a menos do que o registrado em 2018, até então o índice de audiência mais baixo.

Com relação ao ano passado, a queda gira em torno de 6 milhões de expectadores, o que dá uma perda de mais de 20% na audiência. Na edição de 2019, a organização optou por não colocar um apresentador fixo, iniciativa que fez interromper uma queda de cinco anos consecutivos na audiência, mas desta vez não surtiu efeito.

A queda de audiência do Oscar tem acompanhando a tendência de outras renomadas premiações nos Estados Unidos. Grammy, Globo de Ouro e Emmy também têm enfrentando perda de telespectadores.

Filme sul-coreano faz história

O grande vencedor do Oscar deste ano foi o filme “Parasita”, um dramédia que retrata as diferenças de classes, que além de melhor filme, sendo o primeiro na história falado em outro idioma a receber esse prêmio. Ele desbancou as produções que também foram premiadas na noite, como "1917", "Coringa" e "Ford vs Ferrari".

Dirigido pelo cineasta Bong Joon-ho, a produção sul-coreana também ganhou como roteiro original, diretor e filme internacional. “Penso que vou acordar e perceber que é um sonho", disse o diretor, auxiliado por uma tradutora, durante seu discurso.

“Vou beber até amanhã”, brincou o grande vencedor da noite de gala.

A premiação do filme gerou alegria e surpresa por parte da população sul-coreana, que usaram as redes sociais para manifestar sua satisfação. Até o presidente do país, Moon Jae-in, se manifestou para parabenizar o diretor Joon-ho.

Uma das apresentadoras da cerimônia neste ano, a atriz canadense Sandra Oh, filha de imigrantes sul-coreanos, disse ter ficado muito orgulhosa de suas raízes.

O filme, uma comédia de humor negro, fala sobre uma família de golpistas e pobres que se infiltra na casa de uma família rica. O longa se torna quase um olhar universal entre as diferenças de classes cada vez mais crescente.

Outros principais vencedores

Falando em “Coringa”, o longa teve Joaquim Phoenix, que interpreta o personagem título, levando a estatueta de melhor ator.

O filme também levou o prêmio de melhor trilha original. Já Brad Pitt foi o melhor ator coadjuvante em “Era uma vez em... Hollywood".

Renée Zellweger foi premiada como melhor atriz pelo longa “Judy: Muito Além do Arco-Íris”. Laura Dern foi a melhor atriz coadjuvante por sua atuação em “História de um casamento”.