Uma menina indígena de 13 anos teria sido abusada por um grupo de oito soldados do Exército colombiano. Nesta quarta-feira (24), a mídia local e autoridades divulgaram o ocorrido.

De acordo com o governador indígena Juan de Dios Queragama, a garota estava colhendo goiabas próximo ao campo militar. Ao perceber que ela estava sozinha, soldados que patrulhavam a região teriam sequestrado e abusado da jovem. A menina ficou na mão dos soldados a noite inteira, segundo declarações do líder da Reserva Embera.

O ocorrido chegou aos ouvidos de um oficial da base militar em Pueblo Rico, na segunda-feira (22).

Assim que recebeu a informação, o oficial levou o caso ao comandante, para que a denúncia do crime fosse averiguada.

O Congresso colombiano aprovou recentemente uma reforma constitucional que impõe a assassinos e abusadores de crianças menores de 14 anos a prisão perpétua. O presidente de direita, Iván Duque, ainda não promulgou a nova regra.

Tanto o governo quanto o Exército colombiano condenaram o ataque sofrido pela menina, afirmando que vai contra todo e qualquer valor institucional.

Investigações

O comandante da Quinta Divisão do Exército, Luis Ospina, afirma que não sabe quantos soldados estão envolvidos na agressão contra a menor. O grupo de 30 soldados que patrulhava a área se encontra em uma instalação oficial do Exército, aguardando os investigadores.

O general Eduardo Zapateiro, comandante do exército, afirma apoiar as investigações e declarou que ações disciplinares já estão sendo tomadas pela instituição. As investigações seguem a cargo da promotoria.

Segundo o ministro da Defesa da Colômbia, um abuso sexual cometido por soldados é muito grave. Ele afirma que o Exército recebeu instruções para colaborar com as investigações tomando as medidas necessárias para resolução do caso.

O ministro defende uma pena severa para os envolvidos.

O presidente Duque também se manifestou em relação ao caso, deixando claro que abusos das forças oficiais não serão tolerados. Caso as investigações confirmem o envolvimento dos soldados, a prisão perpétua é defendida pelo presidente.

Justiça indígena

Mesmo com algumas críticas por parte da população colombiana, no país a Justiça indígena é reconhecida.

Comunidades indígenas julgam e punem crimes diversos de acordo com seus valores e costumes.

No caso da menina, as autoridades indígenas do povo Emberá-Chami solicitaram que os agressores sejam julgados na comunidade, antes de serem encaminhados ao tribunal.

A delegada Carmem Torres afirma que os autores do crime já foram identificados após entrevistas com 25 pessoas, que poderiam estar envolvidas de alguma forma no sequestro e abuso da menina.

Segundo informado a mídia de Bogotá, os agressores são oito membros do Exército nacional. Ainda de acordo com informações do comando do Exército, a menina foi encaminhada a um posto de saúde, onde está em contato com funcionários da Delegacia da Família.