Nesta última terça-feira (5), Beirute, capital do Líbano, passou por um momento trágico, após uma forte explosão destruir boa parte zona portuária da cidade. Uma gravação feita pela agência Ruptly com um drone mostra o resultado do acidente.

O vídeo foi gravado nesta quarta-feira (6), um dia após a explosão, e ainda mostra a presença de fumaça no local do acidente, a destruição foi enorme, os galpões próximos foram totalmente destruídos, muitos prédios tiveram os vidros quebrados e sacadas arrancadas, casas da região também foram atingidas.

O comércio local teve vitrines estraçalhadas, os carros foram abandonados na rua com airbag acionado e vidros quebrados, pessoas feridas andavam pelas ruas, a população definiu o acidente como um caos total, e diz ter passado por momentos de muito pânico e desespero.

Mortes

De acordo com informações do governo do Líbano, o número de vítimas fatais já chega a 157. Existem mais de 5 mil pessoas feridas pela explosão e há o relato de dezenas de pessoas que estão desaparecidas. O número extato, porém, não foi divulgado. Estima-se que quase 300 mil habitantes ficaram desabrigados, e o governo se preocupa com a falta de alimentos e teme a fome devido à falta do porto.

Devido a grande proporção, os números de mortes e feridos não são fixos, o governo atualiza a situação em tempo real. De acordo com informações da Cruz Vermelha, pelo menos 60 dos feridos estão em situação gravíssima. As autoridades afirmam que a tragédia é maior do que foi relatado até então.

Marwan Aboud, governador do estado, informou à emissora Sky News que uma equipe de corpo de bombeiros estava no local combatendo o incêndio e que após a explosão eles teriam desaparecido.

Nitrato de amônio

A explosão na região portuária resultou em diversas especulações: acidente, crime, ataque. Porém, de acordo com as autoridades libanesas, o incêndio foi causado por 2.750 toneladas de nitrato de amônio que estavam armazenadas em um dos depósitos. O material usado para a produção de fertilizantes é considerado altamente inflamável.

De acordo com a mídia, já existia um alerta sobre os perigos em torno do armazenamento.

De acordo com o presidente do Líbano ,Michel Aoun, o material armazenado havia sido confiscado e todos os protocolos de segurança para o armazenamento estavam sendo seguidos. O impacto foi tão grande que pôde ser sentido no Chipre, há 200 km da costa libanesa.

O primeiro-ministro do Líbano, Hasan Diab, declarou à imprensa, através de uma entrevista coletiva, que a situação do armazém vinha sendo alertada desde o ano de 2014. Os riscos eram conhecidos e Hasan promete que a tragédia não ficará impune, que não deixará que tudo isso passe sem responsabilidades.

Um dia de luto nacional foi decretado pelo ministro, e Beirute já está providenciando o decreto de estado de emergência.