O Ministério de Catequista foi instituído pelo papa Francisco nesta terça-feira (11). Para este objetivo, Francisco assinou na segunda-feira (10), em ocasião da memória litúrgica de São João D’Ávila, a carta apostólica em forma de motu proprio –decreto papal com força de lei– intitulada “Antigo ministério” (Antiquum ministerium). As informações são do site jornal O São Paulo.
Ministério de Catequista
O documento assinado pelo papa Francisco prevê que o rito de instituição do Ministério de Catequista será elaborado e publicado pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.
Segundo o Papa, os agentes da linha de frente deste ministério devem ser dotados de profunda fé e alimentar maturidade humana com ativa participação na vida em comunidade cristã.
Ainda de acordo com o jornal O São Paulo, a igreja deverá dispensar maior atenção a este serviço, enriquecendo a formação dos catequistas e tratando a Catequese como uma verdadeira vocação.
Ensinamento no Ministério de Catequista
Descrevendo o Ministério de Catequista como serviço do ensinamento da palavra de Deus e das coisas eclesiásticas, o Pontífice lembra que a prática ocorre desde a igreja primitiva. Pelo documento, Francisco lembra também que as comunidades se formavam ao redor dos apóstolos. Referências aos “mestres”, ou pessoas que ensinavam os outros fiéis, também são destacadas neste motu proprio, em que o Pontífice relata a “comunhão de vida como característica da fecundidade da verdadeira Catequese recebida”.
Na continuidade do documento, o Pontífice enfatiza que a igreja vinha estudando tornar a Catequese um ministério, favorecendo sua missão evangelizadora, desde o Concílio Vaticano II, realizado nos anos de 1960.
Laicato no Ministério de Catequista
Esta realização do Ministério de Catequista marcou também o despertar da igreja com renovada consciência, pela importância do laicato na missão de evangelizar.
Neste sentido, o papa Francisco salienta que o universo de catequistas é formado por homens e mulheres sempre obedientes à ação do Espírito Santo, que dedicam sua vida para a edificação da igreja.
Reforçando ainda mais a importância da criação do Ministério de Catequista, Francisco menciona outros documentos relevantes da igreja, como conferências episcopais, sínodos e São Paulo VI.
No site Canção Nova, o bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, Dom Carlos Lema, descreve trechos que aparecem como primeira aula de catequese nas sagradas escrituras.
Catequese
O bispo exemplifica o Ministério de Catequista com o episódio em que o Diácono Filipe, deparando-se com uma carruagem onde estava o ministro da rainha da Etiópia, lendo em alta voz o livro do profeta Isaías. "Você entende o que você lê?", questiona. "Como é que posso entender se ninguém me explica?", responde imediatamente. O bispo acrescenta, ainda, que Filipe então foi convidado a subir na carruagem e no percurso da viagem foi explicando que Isaías referia-se a Jesus Cristo. No caminho, quando surgiu água corrente, o ministro pediu para ser batizado.
Dom Carlos destaca ainda que a missão de catequizar está na constituição do cristão. Ele ensina que o capítulo 5º da Encíclica “Lumem Gentium” apresenta a maior novidade do Concílio Vaticano II para a igreja destes tempos atuais: a vocação universal do fiel no Evangelho de Jesus Cristo. Para ele, todos são chamados a ser santos, testemunhando a fé com a própria vida. Além disso, prega o bispo, o cristão leigo deve estar no mundo, santificando o mundo com sua fé. "A Igreja só chegará a determinados locais pela evangelização dos leigos", completou Dom Carlos.