Três brasileiras se mudaram para Inglaterra em 2020 após receberem uma bolsa de estudos para cursar inglês. O curso, que duraria alguns meses, transformou-se em um pesadelo. As mulheres que foram estudar acabaram sendo submetidas à prostituição forçada e passando por momentos de grande tortura, sendo obrigadas a fazer entre 15 e 20 programas diariamente. As brasileiras foram vítimas de tráfico humano, um mercado gigantesco que movimenta bilhões de dólares por ano. As informações são da BBC News Brasil.

Rotina das mulheres

As brasileiras tinham uma rotina bastante pesada.

Eram forçadas a ter relações sexuais com mais de 15 homens diariamente. Seus pertences foram todos confiscados e o contato com amigos era estritamente proibido. As relações sexuais eram gravadas por câmaras escondidas nos quartos e os vídeos eram usados como ameaça para que elas fizessem tudo o que mandassem. Além disso tudo, as mulheres eram monitoradas através do celular o tempo todo.

Desfecho do caso

No dia 9 de agosto, o caso finalmente teve um desfecho. A polícia conseguiu uma confissão de Shana Stanley e Hussain Edanie. Ambos relataram que fazem parte de uma organização que programa as viagens no intuito de explorar pessoas e administrar a prostituição.

Tanto o homem quanto a mulher foram presos após os esclarecimentos, no entanto, a pena ainda não foi divulgada.

Detetive

Pete Brewster, um dos detetives responsáveis pela investigação, relatou que o desfecho do caso foi possível graças à coragem das vítimas, que auxiliaram na colheita de provas, fazendo com que os criminosos não tivessem como negar os fatos e ficassem sem opções, o que levou à confissão.

Uma das brasileiras que era mantida na situação de escravidão tentou pedir ajuda à Polícia local, no entanto, Stanley a ameaçou dizendo que ela estava assinando seu próprio atestado de morte.

Após o ocorrido, a vítima se encorajou a procurar ajuda e levou fotos da mulher para os policiais, que puderam iniciar uma investigação.

Contrato

Logo depois de iniciarem o curso, as brasileiras foram abordadas por Stanley, que informou às vítimas da obrigatoriedade de assinarem um contrato. Caso as mulheres negassem, a possibilidade de voltar ao Brasil seria nula e elas teriam que viver nas ruas de Londres.

O contrato informava que elas deveriam vender o próprio corpo. Apesar da situação difícil, o desespero e o medo de nunca mais ver a própria família fez com que as vítimas assinassem.

As mulheres tinham que bater metas, £500, o que equivale à R$ 3.500, era o que elas deveriam ganhar todos os dias. Em troca dos "trabalhos" elas recebiam em média R$ 1.750 por semana e uma ajuda para alimentação. A meta fazia com que elas não tivessem escolha a não ser realizar de 15 a 20 programas todos os dias.