O grupo extremista islâmico Talibã retomou neste último domingo (15), após quase 20 anos, o poder no Afeganistão. A retomada fez com que o medo tomasse conta dos afegãos, tanto que no domingo, Ashraf Ghani, o presidente do país, fugiu para o vizinho Tajiquistão. O avanço do grupo extremista vem acontecendo desde o mês de maio. Nesta segunda (16), milhares de pessoas desesperadas invadiram a pista do aeroporto internacional de Cabul e tentaram entrar em aviões para deixar o país. Um vídeo mostra uma pessoa caindo de um dos aviões militares que decolou do aeroporto de Cabul.

A retirada dos soldados americanos, até então considerados aliados dos afegãos, custou caro ao Afeganistão. De acordo com informações, pessoas do alto escalão do governo de Joe Biden, presidente dos EUA, consideram que houve um erro na retirada de tropas de lá, já que o ato deu margem para a retomada do grupo extremista.

Foram questão de semanas para que o grupo extremista avançasse, tomando o controle de quase todo o país.

Com o Afeganistão cada vez mais vulnerável devido à diminuição do contingente de soldados americanos no país, o Talibã viu aí uma oportunidade de executar o seu plano para a retomada do poder. Como resultado, no domingo (15) os extremistas cercaram a capital Cabul.

'Transição'

O ministro do Interior, Abdul Sattar, garantiu que o processo de transição de poder será pacífico. Na última semana o grupo extremista tomou não só a cidade de Pul-e-Alam, a 70 km de Cabul, como Kandahar e Herat, 2ª e da 3ª maiores cidades do Afeganistão, respectivamente.

Com a retomada do poder pelos Talibãs, países como EUA, Reino Unido e Alemanha iniciaram a retirada de seus funcionários diplomáticos e cidadãos do Afeganistão.

O cenário da retomada do poder do Talibã

De 1996 a 2001 o Afeganistão foi liderado pelo Talibã sob as interpretações radicais da lei religiosa islâmica. Em 2001, após os ataques terroristas de 11 de setembro, os Estados Unidos montaram uma coalizão para tirar o Talibã do poder no Afeganistão.