A Aids, doença causada pelo vírus HIV, atualmente não tem cura. Porém, raros casos de pessoas curadas da doença após transplante de medula óssea, um procedimento de alto risco, têm sido reportados nos últimos anos. Para que o transplante possa ser realizado, é necessário que o paciente apresente também quadro de leucemia, o que torna esses casos ainda mais raros.

Um paciente de 53 anos, que não teve seu nome divulgado, foi curado de ambas as doenças graças ao transplante de células-tronco para tratar sua leucemia, ocorrido em 2013.

De acordo com um estudo publicado na Nature Medicine, em 2018 os médicos que o acompanhavam pararam de tratá-lo especificamente para o HIV, e desde então ele não precisou mais de medicamentos, o que sugere a cura da doença.

É importante destacar que o transplante de células-tronco só pode curar a Aids se o doador possuir uma rara mutação genética conhecida como CCR5-delta 32, que confere resistência ao vírus. Além disso, é necessário que o doador e o receptor tenham compatibilidade.

Uma nova esperança

Embora não seja recomendado como tratamento padrão para o HIV, este caso recente, somado aos de Berlim, Londres e Califórnia, traz esperança para pesquisadores e médicos no desenvolvimento de novos tratamentos e possíveis curas da doença.

De acordo com os profissionais da saúde que acompanharam o paciente alemão, a ausência de sinais de rebote viral e a falta de correlação imunológica indicam fortemente a cura do HIV-1, passados quatro anos da interrupção do tratamento. Contudo, é preciso cautela para avaliar a eficácia e os potenciais riscos desse tratamento antes de considerá-lo como uma opção viável para o tratamento da AIDS.