O mundo das notícias é complexo, e histórias e imagens falsas costumam ser amplamente compartilhadas nas redes sociais. A equipe editorial da Blasting News identifica as informações enganosas e as fraudes mais populares toda semana para ajudá-lo a entender o que é verdade e o que é mentira. Aqui estão alguns dos boatos falsos mais compartilhados da semana.

Mundo

Imagem de homem mostrando o dedo do meio a Joe Biden na Polônia é manipulada

Alegação falsa: Usuários das redes sociais ao redor do mundo compartilharam uma imagem na qual um homem na plateia aparece supostamente mostrando os dedos do meio para o presidente dos EUA, Joe Biden, durante um evento na cidade polonesa de Varsóvia.

Verdade:

  • Uma busca reversa na internet mostra que na imagem original, publicada no último dia 22 de fevereiro nos perfis oficiais da Casa Branca nas redes sociais, o homem na plateia aparece fazendo um sinal de positivo para o presidente americano.
  • Uma marca d'água na imagem compartilhada do homem mostrando os dedos do meio indica que ela foi publicada pelo usuário do Twitter @johnhackerla, que se descreve como um “criador de memes”. Questionado por outro usuário se a imagem em questão era autêntica, @johnhackerla admitiu que a imagem publicada por ele havia sido manipulada.

Mundo

Sam Smith não disse que quer mudar o nome da cidade de Manchester

Alegação falsa: Usuários das redes sociais ao redor do mundo compartilharam uma captura de tela de um artigo que afirma que o cantor britânico Sam Smith teria ameaçado cancelar um show na cidade inglesa de Manchester enquanto ela não mudasse o nome para Themchester.

O prefixo “man” do nome da cidade também significa “homem” em inglês, enquanto “them” é o pronome usado na língua inglesa por pessoas não-binárias, como o artista.

Verdade:

  • Uma busca reversa na internet mostra que o artigo em questão foi publicado originalmente no último dia 19 de fevereiro pelo site Ireland on Craic.
  • Em sua seção “Sobre nós”, o Ireland on Craic se define como “um site de comédia, satírico”. “Todas as nossas histórias são inventadas e pura ficção, assim como em todas as formas de comédia”, afirma a descrição.
  • Não há nenhuma evidência de que Sam Smith, que se declarou não-binário e passou a usar pronomes neutros em 2019, tenha feito qualquer comentário com relação ao nome da cidade de Manchester.

Europa

Ilustrações de menina olhando para genitais não são de livro didático espanhol para crianças de 4 anos

Alegação falsa: Usuários das redes sociais na Europa compartilharam um conjunto de ilustrações que mostram uma menina olhando suas genitais em um espelho, acompanhadas da alegação de que as imagens fariam parte de um livro didático distribuído para crianças de 4 anos na província espanhola de Castellón.

Verdade:

  • Uma busca reversa na internet mostra que as ilustrações compartilhadas nas redes sociais, na verdade, fazem parte do livro “Tu cuerpo mola”, lançado pelas autoras Marta e Cristina Torrón em 2021 e destinado a crianças a partir de 9 anos.
  • Ao contrário do que afirmam os posts, o livro em questão não faz parte do material didático utilizado na província espanhola de Castellón nem faz parte da lista de conteúdos recomendados pela Secretaria Regional de Educação.

Austrália

Vacinas da Covid-19 não causaram aumento de 17% nas mortes por ataque cardíaco na Austrália em 2022

Alegação falsa: Usuários das redes sociais na Austrália compartilharam uma reportagem da emissora 9 News Queensland, de Brisbane, que informa que nos primeiros oito meses de 2022, mais de 10.200 australianos morreram devido a doenças cardíacas, o que representa um aumento de 17% em relação ao que seria “considerado normal” no período.

As postagens, no entanto, sugerem que este aumento no número de mortes teria sido causado pelas vacinas da Covid-19.

Verdade:

  • A reportagem da 9 News Queensland, de autoria da jornalista Aislin Kriukelis, foi transmitida no último dia 20 de janeiro. Na íntegra do vídeo, Kriukelis afirma que, segundo especialistas consultados pela reportagem, a pandemia da Covid-19 “aumentou os fatores de risco”. A jornalista ainda explica que estudos mostram que algumas pessoas têm maior probabilidade de doença cardíaca ou derrame após serem infectadas pela Covid-19 e que em muitos casos a pandemia levou as pessoas a atrasarem a realização de exames rotina, o que impactou nos diagnósticos e, consequentemente, no tratamento de muitas doenças.
  • Um estudo publicado em 7 de dezembro de 2022 pelo Instituto dos Atuários da Austrália informou que, de janeiro a agosto de 2022, foram registradas no país 10.220 mortes por doenças cardíacas, 17% acima do que eles haviam previsto. Segundo os autores do estudo, o excesso no número de mortos teria sido causado por atrasos nos tratamentos médicos de emergência e rotina.
  • Segundo um relatório sobre segurança da vacina publicado em 17 de novembro de 2022 pela Administração de Bens Terapêuticos do governo australiano, das 944 mortes relatadas após a vacinação de fevereiro de 2021 a 13 de novembro de 2022, apenas 14 estavam ligadas à vacina da Covid-19.

Brasil

Presidente da Argentina não defendeu eutanásia para idosos

Alegação falsa: Usuários das redes sociais no Brasil compartilharam um vídeo de uma entrevista do presidente da Argentina, Alberto Fernández, acompanhado de legendas em português segundo as quais ele teria afirmado que idosos que antes viviam até os 70 anos, agora estão vivendo até aos 85 anos, gerando grande prejuízo para a economia, sugerindo a eutanásia como uma solução para o problema.

Verdade:

  • Uma busca reversa na internet mostra que o trecho compartilhado nas redes sociais faz parte de uma entrevista dada por Alberto Fernández ao jornalista Jorge Fontevecchia em abril de 2020. A íntegra do vídeo está disponível no canal oficial do presidente argentino no YouTube.
  • Ao longo da entrevista, ocorrida nos primeiros meses da pandemia da Covid-19, Fernández afirma que os avanços da medicina nas últimas décadas levaram a um crescimento da população idosa no país, gerando um grande desafio para o governo devido à diminuição do número de pessoas trabalhando e contribuindo com a economia. No entanto, em nenhum momento o presidente argentino propôs a eutanásia como solução para esse problema.