Em uma aeronave da TAM, sem algemas, acompanhado por doze policiais civis e uma médica, chegou ao Brasil hoje pela manha o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato. Ele havia fugido do Brasil para a Itália em 2013, após ser condenado a doze anos e sete meses de prisão, por envolvimento no escândalo do mensalão (nome dado ao escândalo de Corrupção política mediante compra de votos de parlamentares no Congresso Nacional do Brasil).
A soma da pena foi baseada nos crimes de corrupção passiva, peculato (desvio de recursos públicos) e lavagem de dinheiro. Pizzolato ficou preso na Itália um ano e oito meses (tempo que será descontado da pena total) e, em breve, poderá solicitar cumprir a pena em regime semiaberto. Ele foi colocado em uma cela destinada a presos considerados “vulneráveis”, ou seja, presos que correm risco de vida caso sejam colocados com os demais prisioneiros.
Desde que fugiu, Pizzolato manteve a esperança de cumprir a pena na Itália, já que possui dupla nacionalidade, porém, o Governo brasileiro não abriu mão e desde então se travou uma verdadeira guerra, até que o governo italiano aceitou extraditar o condenado.
Em mais uma tentativa desesperada de evitar a extradição do marido, Andrea Haas enviou mais uma carta ao governo italiano.
Dessa vez, ela alegou que as condições das cadeias brasileiras são desumanas, que tanto o preso, quanto os familiares passam por constante humilhação. E que se ela, na condição de esposa, desejasse visitar o marido, seria obrigada a se despir enquanto fosse revistada por uma agente. “O que eles fazem aqui é uma verdadeira tortura licita”, afirmou Andrea.
Antes de ser extraditado, Pizzolato chegou a fazer greve de fome como forma de protesto, ele pediu diversas vezes para o governo italiano atender ao seu pedido e permitir que ele cumprisse sua pena na Itália. Pelos menos por enquanto, o novo endereço de Pizzolato é a penitenciária da Papuda, na capital federal, para onde foi levado em carro blindado.
Mas o ex-diretor do banco do Brasil já ordenou que seus advogados conseguissem a sua transferência para Santa Catarina, Estado de origem e onde ele possui familiares. A chegada do ex-diretor ao Brasil encerra o que seria o maior escândalo de corrupção já visto no país.