Ex-ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, foi indicado ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente Michel Temer (PMDB). A indicação gerou críticas e elogios à escolha do peemedebista.

Alexandre Moraes foi escolhido por ter a confiança de Temer, mas o que poucos sabiam é como essa confiança começou a crescer. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, as coisas começaram a acontecer em abril do ano passado.

Entenda o caso

O celular da primeira-dama Marcela Temer havia sido clonado e o autor do crime ameaçou vazar fotos íntimas dela se não fosse pago uma certa quantia em dinheiro.

Michel Temer, então vice-presidente, procurou por Alexandre Moraes, que ocupava o cargo de secretário de Segurança Pública do estado de São Paulo, no Governo Geraldo Alckimin.

Moraes cuidou do caso pessoalmente, com sigilo, e o solucionou. Em 40 dias, o autor das ameaças estava preso, sem que nenhum detalhe da ação nem as fotos íntimas tivessem sido vazadas, e ganhou a confiança de Michel Temer, que assumiria a presidência meses depois, com o impeachment de Dilma Roussef (PT).

Ministro do STF

Alexandre de Moraes vai passar por sabatina no Senado e deve assumir o cargo que era ocupado por Teori Zavascki, morto em acidente aéreo na cidade de Paraty, no Rio de Janeiro, em janeiro.

Moraes conta com o apoio de legendas fortes no Congresso Nacional, como PMDB, DEM e PSDB, partido do qual é afiliado atualmente.

Os críticos costumam chamar Alexandre de Moraes de advogado do grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC).

Moraes trabalhava em um grande escritório da capital que advogou no caso da cooperativa Transcooper, que foi investigada por diversos crimes, entre eles ligação com o PCC. Moraes negou ter atuado na defesa da cooperativa.

Se tivesse continuado como secretário de Segurança Pública em São Paulo, Alexandre de Moraes poderia ser o próximo concorrente à prefeitura de São Paulo ao governo do estado. Mas ele optou em atender um chamado de Temer, ir ao Ministério da Justiça e realizar o sonho de chegar ao STF.