Ex-ministro de Temer e ex-senador por São Paulo, Aloysio Nunes é alvo de investigação da nova fase da Operação Lava-Jato.

Em reunião com o governador do estado nesta terça-feira (19), o então presidente da Invest SP entregou a sua carta de demissão.

Na sua carta ele diz ser inocente e que "foi surpreendido" com a ação da Policia Federal com o mandado de busca e apreensão em sua casa, localizada no município de São José do Rio Preto (SP), e agradece o governador pela indicação para a função.

Quem é Aloysio Nunes

Aloysio Nunes tem uma história longa na política e recentemente foi ministro do ex-presidente Michel Temer, entre os anos 2017 e 2019, além de ter sido senador pelo Estado de São Paulo, entre os anos 2011 a 2019.

No Governo de Fernando Henrique Cardoso, Aloysio foi ministro da Justiça e ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência.

Chegou a vice-governador de São Paulo, entre 1991 a 1995, durante a gestão de Luiz Antônio Fleury Filho.

A investigação

Ele está sendo acusado de ter recebido de Paulo Vieira de Souza, conhecido também como Paulo Preto, um cartão de crédito.

Segundo Aloysio, ele é inocente e chamou o mandado de busca e apreensão de "incidente".

A carta

Em sua carta, o ex-presidente da Invest SP informa que não teve acesso aos inquéritos que é investigado. "Não tive até agora acesso aos autos de inquérito em que sou investigado", e complementa falando a respeito da repercussão sobre o a acusação. “Mas o fato incontornável é a repercussão negativa desse incidente, que me mortifica a mim e a minha família, e que também pode atingir o governo de vossa Excelência."

Durante a carta, o ex-chanceler afirma a sua inocência: "não tenho, em minha consciência, o que possa comprometer a lisura que sempre mantive com o padrão de minha conduta."

Para concluir a carta, ele recomenda que o governador dispense-o da função de presidente da Invest SP, que sente-se honrado com a designação e agradece o governador.

O governo Doria

Depois da campanha fraca desempenhada por Geraldo Alckmin nas eleições à presidência em 2018, o PSDB entrou em uma grande crise, onde a velha guarda do partido viu surgir com muita força um novo líder, João Doria (vitorioso no 2° turno das eleições para o governo do estado, derrotando Marcio França). O governador nunca foi muito próximo de Aloysio Nunes e a sua indicação tinha como objetivo agradar essa ala do partido.