Um grupo que se apresenta como defensor da Operação Lava Jato e que há cerca de dois anos está acampado em frente ao Prédio da Justiça Federal, em Curitiba, realizou um protesto neste sábado (25), contra o ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (sem partido), Sergio Moro. Os manifestantes queimaram camisetas com a foto de Moro e gritaram palavras de ordem a favor do presidente da república.
Um vídeo do ato foi postado neste domingo (26), nas redes sociais do movimento.
No começo da gravação o grupo está vestindo inicialmente camisetas com a estampa da foto do ex-ministro, mas logo em seguida eles a retiram e mostram uma foto de Bolsonaro. Também é possível ouvir os gritos de alguns integrantes mais exaltados, alguns xingam Moro enquanto outro pede que para queimar “a cara dele”. E foi o que aconteceu, com algumas peças sendo incendiadas.
Decepção com Moro
Paula Milani, fundadora do movimento “Acampamento Lava Jato”, que a partir desse final de semana começou a se chamar “Acampamento Bolsonaro”, disse que está decepcionada com os últimos acontecimentos – entenda-se a demissão de Moro -, e continha apoiando o presidente, que no entendimento deles está lutando contra o comunismo.
Paula disse ainda que o grupo fez uma reavaliação das atitudes de Sergio Moro durante sua atuação como juiz da Lava-Jato e entenderam que Moro estava lutando contra o Partido dos Trabalhadores (PT) e não contra o comunismo. Ela disse ainda que algumas atitudes do juiz que eles consideravam como sendo normais hoje não vistas da mesma maneira. “Não estava lutando contra o comunismo, mas contra o PT”.
Nem uma visita sequer
O grupo nasceu com o objetivo de apoiar o próprio Sério Moro e o acampamento durou cerca de dois anos. Paula recorda que durante a Lava Jato, o então juiz Sergio Moro disse que sem o apoio da sociedade a operação não caminharia e isso os motivou a ir para a rua. “Por causa dessas palavras do Moro é que nós fomos para a rua”, disse.
O acampamento durou até 2018, quando foi desmontado em função das eleições. Durante todo o período que esteve montado, Paula diz que nunca houve uma visita do ex-ministro. Nem quando em duas ocasiões que eles celebraram seu aniversário, em 1º de agosto. Paula disse que nem um tchau o juiz mandou quando o acampamento foi desmontado.
Carreata contra Moro
Neste domingo (26), um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro fez uma carretada em Brasília. Durante o movimento, o grupo chamou o ex-ministro Sergio Moro de traidor e sobrou até para o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM).
Munidos de bandeiras do Brasil e com camisetas estampando a foto do presidente, o grupo também questionou: “Quem mantou matar o presidente”.