Após o presidente Jair Bolsonaro demitir os comandantes das Forças Armadas, um grupo de seis presidenciáveis se uniram em um manifesto com o objetivo de defender a democracia brasileira. O texto contou com a assinatura de possíveis candidatos a presidência da República em 2022. Foram eles: Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB), Eduardo Leite (PSDB), Luciano Huck, Luiz Henrique Mandetta (DEM) e João Amoêdo (Novo). O movimento foi lançado nesta quarta-feira (31), dia em que se lembrou o golpe militar de 1964.

Moro e Lula ficam de fora de Manifesto

Segundo informações do colunista Reinaldo Azevedo, do portal UOL, o fato de escolher o dia 31 de março para divulgar o manifesto não é algo vago.

Para ele, o manifesto trata-se de um repúdio ao golpismo. O colunista destacou ainda que dois nomes notáveis no cenário político não foram inseridos no movimento: o ex-juiz Sergio Moro e o ex-presidente Lula (PT). Segundo informações do colunista, Moro até foi convidado a participar do ato, porém, recusou porque seu contrato com uma empresa, da qual ele é sócio, não permite que ele participe de atos desta natureza.

Ainda segundo o colunista, Lula não foi convidado para o manifesto. Para Reinaldo Azevedo, isto mostra que há algo a mais do que apenas repudiar as ações do presidente Bolsonaro.

Manifesto pela Consciência Democrática

O manifesto relembrou quando as pessoas foram às ruas lutar pela democracia na década de 1980 e destacou que o movimento das Diretas Já uniu diversas forças políticas e elegeu o presidente Tancredo Neves.

Além disso, destacou que este movimento permitiu a volta das eleições diretas e a promulgação da Constituição 1988. O manifesto afirmou que, após três décadas deste acontecimento, a democracia do Brasil é ameaçada e que ela é o legado do brasileiro. Destacou ainda que o povo precisa defender e lutar por ela para que preserve seus princípios e valores, pois não há democracia sem Constituição.

O manifesto falou ainda em liberdade de expressão, justiça para todos, direito a votar e protestar e respeito aos direitos. Além disso, afirmou que “o autoritarismo pode emergir das sombras” e que as pessoas, independentemente de religião, posição politica, gênero e origem, devem se unir para defender a consciência democrática.

Ao final do texto, os nomes dos 6 presidenciáveis foram inseridos por ordem alfabética.

Proposta de manifesto foi iniciada por Mandetta

Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, a proposta inicial do manifesto foi feita por Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde do Governo Bolsonaro. Ele foi demitido pelo presidente por divergências quanto às medidas de combate à pandemia. Mandetta defendia um isolamento mais rígido para evitar a propagação do vírus, enquanto o Bolsonaro defendia o isolamento vertical.

Segundo informações do jornal, as discussões acerca do manifesto foram feitas na noite de terça-feira (30), e o texto foi divulgado na íntegra na quarta.