O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), protagonizou mais um episódio de ataque à imprensa nesta segunda-feira (21), em Guaratinguetá, São Paulo. O mandatário participava de uma entrevista com a imprensa quando se irritou e mandou a jornalista Laurene Santos, da TV Vanguarda, afiliada da TV Globo, e a equipe calarem a boca.
Bolsonaro critica emissoras de TV
Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, o presidente retirou a máscara que usava no momento da entrevista para mandar a equipe calar a boca. Além disso, ele fez críticas às emissoras de televisão CNN e Globo.
O mandatário teria se irritado quando a imprensa relembrou que ele havia sido multado pelo Governo de São Paulo por não usar máscara em um evento favorável a ele que aconteceu no último dia 12 de junho. Como resposta, o presidente disse que estava usando o capacete no momento da "motociata". Quando a equipe de jornalismo o questionou sobre o fato de ter chegado a Guaratinguetá sem máscara, ele se irritou e disse que chega como quiser, onde quiser e que ele é o responsável por cuidar de sua vida. Ele afirmou que se alguém não quiser usar mascara, não usa.
Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, o presidente se irritou em um momento de desgaste do governo. No sábado (19), o Brasil atingiu a triste marca de mais de 500 mil mortes por Covid-19, e o governo tem sido alvo de críticas por parte de autoridades, políticos e da população, que estão insatisfeitos com a forma de condução do governo diante da pandemia.
Além disso, o jornal destacou que o mandatário sofre com uma queda de popularidade nos últimos meses e sofre desgaste com as investigações da CPI da Covid no Senado.
Aziz sugere que jornalista processe Bolsonaro
Após o ataque de Bolsonaro à imprensa, o presidente da CPI, o senador Omar Aziz (PSD-AM), manifestou-se e criticou a atitude do mandatário.
Aziz sugeriu que a repórter Laurene Santos processe Bolsonaro pelo insulto.
Em nota, Aziz disse: "Desejo os melhores sentimentos para a jornalista Laurene Santos, que foi vítima de agressão verbal por parte do presidente da República. Gostemos ou não, o jornalismo sério é fundamental em qualquer democracia e os que fazem disso sua lida devem ser respeitados".
Além disso, Aziz ironizou dizendo que espera que os defensores de Nise Yamaguchi, médica que pretende processar o senador por se sentir ofendida em sessão da CPI, também se solidarizem com a repórter atacada verbalmente por Bolsonaro.
Aziz disse para a repórter não esmorecer, porque o trabalho dela é importante para a nação.
Além de Omar Aziz, o deputado federal Rodrigo Maia (sem partido-RJ) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), criticaram a atitude de Bolsonaro.