O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), terá que explicar as declarações sobre supostas fraudes em urnas nas eleições passadas. O ministro Luís Felipe Salomão, corregedor-geral do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), deu um prazo de 15 dias para que o presidente se explique e apresente provas acerca das informações divulgadas por ele sobre possíveis fraudes em Eleições.
Bolsonaro defende voto impresso
O presidente da República sempre deixou claro que defende o voto impresso em detrimento das urnas eletrônicas. Segundo o mandatário, o sistema eletrônico de votação possibilita que haja fraudes, e o voto impresso seria para ele a solução para evitá-los.
Em algumas de suas declarações, Bolsonaro afirmou que deveria ter vencido as eleições de 2018 no primeiro turno, mas, por conta de fraudes nas urnas, teria vencido apenas no segundo turno. Apesar disso, o presidente ainda não apresentou provas sobre estas declarações.
Segundo Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, nunca houve, nestes 25 anos de uso de urnas eletrônicas, denúncias de fraudes documentadas.
Ministro do TSE determina apuração
Após o ministro determinar a apuração, ele disse que a credibilidade das instituições eleitorais faz parte da preservação da democracia. Ele ressaltou que informações genéricas podem manchar a imagem da Justiça.
O ministro decidiu iniciar investigação para apurar se houve algum elemento que comprometeu as eleições de 2018 e 2020.
Segundo Salomão, a iniciativa se deu porque o TSE deseja aperfeiçoar o sistema eleitoral para as próximas eleições, que serão em 2022.
Foi aberto o procedimento de apuração após o presidente Bolsonaro fazer declarações sobre supostas fraudes e também após depoimentos do candidato derrotado, Cabo Daciolo e o deputado Castello Branco de Luca, que também acusaram as urnas de suposta fraude.
Bolsonaro diz que foi eleito em primeiro turno
Desde quando se tornou presidente, Bolsonaro diz que deveria ter sido eleito em primeiro turno. Uma das falas mais recentes foi no dia 9 de junho, durante um evento religioso, no qual o mandatário disse que tinha provas materiais de que deveria ter sido eleito em primeiro turno.
O partido Rede Sustentabilidade também solicitou no STF que Bolsonaro seja obrigado a apresentar provas em até 10 dias acerca das declarações sobre supostas fraudes. O partido pede que, caso o presidente não apresente as provas, seja multado em R$ 10 mil.