O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) levantou uma polêmica durante mais uma live realizada na noite desta quinta-feira (22), quando o chefe do Executivo questionou os valores referentes à compra do imunizante CoronaVac. Segundo o presidente, ele solicitou ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que abra uma investigação para avaliar a suposta diferença nos valores oferecidos pela Sinovac e pelo Instituto Butatan.

De acordo com documentos apresentados por Bolsonaro, a Sinovac fornece ao Butantan a vacina pelo preço de US$ 5, que, por sua vez, repassa ao governo federal por US$ 10.

"Não estou levantando suspeita sobre o Butantan, sobre seus servidores", disse Bolsonaro, que questionou a Queiroga sobre a planilha de preços, que, por sua vez, segundo Bolsonaro, o respondeu dizendo que o instituto jamais forneceu os devidos documentos.

Bolsonaro então decidiu acionar a Controladoria-Geral da União (CGU) para investigar a situação dos contratos do Instituto Butantan com o laboratório chinês.

Bolsonaro fala sobre polêmica com Ciro Nogueira

Escolhido para ocupar a Casa Civil, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) já teve Bolsonaro como um alvo. O senador, num passado recente, chegou a chamar o atual presidente de fascista e afirmou que Lula, adversário político direto de Bolsonaro, foi "o maior presidente que o Brasil já teve".

Com a repercussão das falas do novo escolhido para ocupar um de seus ministérios, Bolsonaro garantiu que não possui mais desavenças com Ciro Nogueira e que "as coisas mudam". O presidente garantiu que a relação atual com Ciro Nogueira, que já foi companheiro de legenda de Bolsonaro no passado, é boa.

Bolsonaro esclareceu o vídeo, gravado em 2018, e justificou os adjetivos utilizados por Ciro.

"Tem vídeo circulando que ele me chamou de fascista lá atrás. Sim, me chamou. As coisas mudam. Eu tinha posições no passado que não assumo mais hoje, mudei", destacou Bolsonaro.

'Sou do centrão', dispara Bolsonaro

Após sua campanha criticar o bloco do Congresso Nacional denominado "centrão", Bolsonaro voltou atrás e, em entrevista recente a uma rádio, após questionamento sobre o convite ao senador Ciro Nogueira (PP-PI) para a Casa Civil, explicou a opção pelo político.

Em sua fala, Bolsonaro, que já foi filiado ao PP, assumiu fazer parte do centrão. "Eu sou do centrão. Eu fui do PP metade do meu tempo. Fui do PTB, fui do então PFL. No passado, integrei siglas que foram extintas, como PRB, PTB. O PP, lá atrás, foi extinto, depois renasceu novamente", afirmou.