Escolhido para ser o ministro da Casa Civil pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o senador Ciro Nogueira (PP-PI) está sendo alvo de cobranças da Receita Federal que somam R$ 17 milhões, segundo informações publicadas pelo jornal O Globo.

De acordo com a publicação, os autos de infração que apontam os débitos foram lavrados nos anos de 2017 e 2018. Um desses atos se refere a um suposto pagamento de propina no valor de R$ 6,4 milhões pelas empresas JBS e UTC, sob investigação no STF (Supremo Tribunal Federal). Os auditores fiscais que cuidam do caso sustentam que houve omissão dos rendimentos e cobram o pagamento dos impostos devidos.

O outro caso se relaciona a transações financeiras de empresas do senador que, segundo a Receita, não foram declaradas corretamente.

Segundo O Globo, Nogueira contesta as muitas multas junto ao Carf (Conselho Administrativos Recursos Fiscais) e espera julgamento. Procurado pela reportagem do jornal na quarta-feira (27), o parlamentar não se manifestou.

Os autos de infração embasaram em 2019 ações de busca e apreensão em endereços ligados a Ciro Nogueira. Auditores apontaram em relatório que, após analisarem as contas bancárias do parlamentar, encontraram depósitos em espécie sem identificação de origem dos recursos e pagamento de despesas com dinheiro vivo.

Método de esconder

Segundo os auditores, esses fatos reforçam o entendimento de que o senador teria recebido quantias em espécie e não declarado.

A receita ainda aponta que foram identificadas circunstâncias que sugerem que a utilização de montantes em espécie pelo senador consistia em um meio de esconder a origem lícita do dinheiro.

Nessa investigação, a Receita também fez uma busca de notas fiscais das compras e dos serviços que foram pagos pelo parlamentar, descobrindo o uso frequente de pagamentos com dinheiro em espécie, como um deposito para uma empresa de carros do valor R$ 5.435.