Na manhã desta segunda-feira (2), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a tecer críticas às medidas tomadas por prefeitos e governadores para frear a transmissão do coronavírus. Assíduo crítico das medidas sugeridas pela OMS (Organização Mundial da Saúde), Bolsonaro detonou o ex-prefeito da cidade de São Paulo Bruno Covas (PSDB), que faleceu neste ano em decorrência do câncer que já enfrentava há alguns anos.

Além de Covas, Bolsonaro também disparou críticas contra o governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB), que decidiu responder o chefe do Executivo federal pelo seu Twitter oficial.

Bolsonaro ataca Bruno Covas

Em sua fala junto a apoiadores, Bolsonaro teceu críticas às medidas de restrição impostas por prefeitos e governadores, pesando na sua fala ao se referir ao ex-prefeito de São Paulo, Bruno Covas, que morreu em decorrência de um câncer. "Um fecha São Paulo e vai para Miami. O outro, que morreu, fecha São Paulo e vai ver Palmeiras e Santos no Maracanã. Esse é o exemplo", disparou Bolsonaro, que ouviu as pessoas que o cercam vibrar com sua fala.

Vale lembrar que no mês de janeiro, Bruno Covas, já bastante debilitado, foi flagrado no estádio do Maracanã, durante a grande final da Copa Libertadores, quando o Santos, seu clube de coração, foi derrotado pelo Palmeiras. À época, Covas justificou a ida ao estádio pelas redes sociais, pois afirmou ser um sonho a ser vivido por ele e pelo filho.

"Depois de tantas incertezas sobre a vida, a felicidade de levar o filho ao estádio tomou uma proporção diferente para mim. Ir ao jogo é direito meu", destacou o ex-prefeito.

Poucos meses depois, mais precisamente em maio do mesmo ano, Bruno Covas viria a falecer, visto que o câncer que já tratava há algum tempo se espalhou rapidamente e nada pôde ser feito para impedir a proliferação da doença que acometeu o político.

Doria responde o Bolsonaro após declaração

Desafeto do presidente, o antigo aliado João Doria decidiu ir às redes sociais para repudiar as declarações de Bolsonaro ao se referir a Bruno Covas. "A desumanidade de Bolsonaro, agredindo de forma covarde Bruno Covas, só demonstra ainda mais sua falta de respeito pelos vivos e pela memória dos mortos", disse Doria através de suas redes sociais, lamentando a fala do presidente.

Além de Doria, o antigo partido de Covas, o PSDB, lançou uma nota repudiando a fala do atual presidente da República. "Bolsonaro demonstra desespero e medo do próximo ano, por isso desfere ataques, inclusive, aos que não podem se defender", apontou a nota, assinada pelo presidente paulistano da legenda, Fernando Alfredo.