O Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dispensou nesta terça-feira (17) 40 militares de patentes mais baixas que atuavam na coordenação de administração do Palácio da Alvorada, em atividades como, por exemplo, a segurança da residência oficial do presidente da República. A maioria dos militares pertence ao Exército, mas houve ainda entre os dispensados alguns integrantes da Marinha, Aeronáutica e da Polícia Militar do Distrito Federal.

O anúncio ocorre após o próprio Lula relatar publicamente sua desconfiança em relação à atuação das Forças Armadas durante os ataques golpistas ocorridos no último dia 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram as sedes dos três Poderes em Brasília, incluindo o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.

Além disso, o presidente também se queixou sobre o estado de conservação da residência oficial, o que impede sua mudança para lá. A Secretaria-Geral também demitiu outros militares que trabalhavam na administração de outras residências oficiais e no Gabinete de Segurança Institucional.

PL dividido sobre Lula

A bancada do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados apresenta opiniões divergentes quanto a como lidar com o governo atual, de acordo com informações da CNN Brasil. Enquanto alguns defendem uma postura mais moderada, outros pregam uma oposição mais acirrada ao presidente Lula. Alguns parlamentares do PL até mesmo sugerem uma aliança com o atual governo.

Os membros do partido, ao qual é filiado o ex-presidente Jair Bolsonaro, divergem sobre se devem se aliar a Lula, devido tanto ao histórico recente da sigla quanto para tentar se estabelecer como liderança na oposição ao petista, já que terá a maior bancada na Câmara.

Uma ala dos deputados é composta por parlamentares mais leais a Bolsonaro, incluindo Bia Kicis (DF), Carla Zambelli (SP), Carlos Jordy (RJ), Filipe Barros (PR) e Eduardo Bolsonaro (SP), filho do ex-presidente. Esses deputados são originários do grupo de aliados vindos do PSL, partido pelo qual Jair Bolsonaro foi eleito presidente em 2018.