Nesta segunda-feira (29), agentes da Polícia Civil conseguiram prender dois homens suspeitos de torturar e matar um homem em Porto Alegre, que supostamente teria abusado de sua própria filha.

Após o crime que teria ocorrido no mês de janeiro de 2019, a polícia montou uma operação batizada de “Matriarcado” para tentar prender os responsáveis pelo assassinato. Na primeira fase da operação, realizada no dia 17 de março, 14 pessoas que teriam envolvimento no homicídio foram presas e um outro suspeito acabou sendo morto pela polícia.

Na ocasião do homicídio, a vítima identificada como Josiano Jonatas de Mello, de 35 anos, teria sido espancado e depois queimado vivo em um terreno baldio.

Segundo a polícia, os dois homens teriam sido presos na Vila Bom Jesus, na região leste de Porto Alegre.

Além das duas prisões realizadas, outros nove suspeitos ainda continuam foragidos, e, de acordo com o delegado responsável pelo caso, Guilherme Alexandre Olsen Gerhardt, pelo menos 23 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, e também diversas provas que mostram a participação dos indivíduos no crime foram identificadas pela polícia.

Investigações

Durante as investigações, foi concluído que 22 pessoas teriam participado do homicídio. Ainda segundo a polícia, todos os suspeitos já foram indiciados por homicídios triplamente qualificado e tortura. Um dos suspeitos chegou a mencionar para a polícia de forma informal que teria cometido o crime, pois achava que o homem, por ser um abusador, teria que ser morto.

Foi isso que comentou o delegado e diretor da Delegacia de Homicídios, Eibert Moreira.

A vítima teria sido submetida a uma espécie de tribunal do tráfico e posteriormente sentenciada à morte após sua companheira ter dito que ele teria abusado de sua filha de 12 anos. A polícia ainda está investigando sobre o abuso, que supostamente teria sido realizado no dia 13 de janeiro deste ano.

Execução

Os agentes civis acreditam que as ordens para a execução da vítima teriam partido de uma chefe do tráfico local, identificada como Elisandra Borges Pizini Chulz, conhecida como “Madrinha”. Madrinha teria recebido a autorização para mandar matar o homem de seu marido, que se encontra preso. Ele seria o líder máximo da facção criminosa.

A traficante Madrinha foi presa na primeira fase da operação junto com a esposa da vítima, que o teria acusado de abuso, e consequentemente ocasionando sua morte. A mulher da vítima também fazia parte do grupo criminoso.

No dia do crime, câmeras de segurança da região conseguiram registrar o homicídio e também os supostos responsáveis caminhando com pedaços de madeira na rua e agredindo a vítima, até que ele foi levado a um matagal onde foi queimado em uma fogueira.