Foi negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) o recurso pedido para defesa dos ex-pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda, ambos da Igreja Universal do Reino de Deus. Eles foram indiciados como suspeitos de terem tirado a vida do jovem Lucas Terra, no ano de 2001. O Superior Tribunal de Justiça manteve a decisão do Tribunal de Justiça da Bahia, os acusados serão levados a júri popular.
O ministro do STJ, Felix Fischer, tomou a decisão em uma audiência realizada no último dia 30 de março. Porém, a mesma só foi oficialmente publicada nesta quarta-feira (5), no Diário Oficial.
É válido ressaltar que não é mais possível recorrer ao que juiz decidiu.
O crime bárbaro aconteceu na capital baiana, o jovem Lucas Terra tinha apenas 14 anos quando foi abusado sexualmente e queimado. O corpo dele só foi encontrado dias depois do seu desaparecimento na Avenida Vasco da Gama.
Outro ex-pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, Silvio Roberto Galiza – conhecido como pastor Galiza, foi condenado a 18 anos de prisão. Entretanto, entrou com recurso e com ajuda de um advogado teve a pena reduzida para apenas 15 anos e desde o ano de 2012, cumpre toda a pena em um regime aberto.
O STJ ainda não definiu uma data para realizar a audiência de julgamento dos ex-pastores Fernando e Joel, que serão julgados em júri popular.
Crime chocou o Brasil
David Gallo é promotor do Ministério Público da Bahia (MP-BA) e acompanhou o caso Lucas Terra durante todos esses anos e revelou em recente entrevista que o ex-pastor Galiza contou em depoimento que o jovem Lucas Terra foi injustamente condenado à morte depois de flagrar os ex-pastores Fernando e Joel tendo relações sexuais dentro da Igreja Universal do Reino de Deus.
Os ex-pastores citados por David eram os responsáveis daquela igreja e o jovem era um obreiro que prestava serviços voluntários.
Lucas foi encontrado totalmente carbonizado dentro de um caixote e só foi possível a identificação porque havia pedaços da cortina usada na igreja e partes de uma publicação da doutrina.