Em uma entrevista cedida ao "SP1", da TV Globo, Rosevânia Caparelli Rodrigues, mãe da menina Raíssa Eloá Caparelli Dadona, de 9 anos, encontrada morta no último domingo (9), dentro do Parque Anhanguera, zona norte de São Paulo, disse que o garoto de 12 anos suspeito de ter cometido o assassinato seria alguém de muita confiança de sua filha e tinha um bom convívio com ela, sendo sempre muito dócil.

A mãe se emocionou ao falar da filha e relatou todo o drama familiar vivido deste então. A mãe da criança mencionou que teria ido a uma festa infantil com a menina e também com o filho mais novo no CEU (Centro Educacional Unificado) Anhanguera.

O local é bem próximo da residência da família.

Já no local, Raíssa estava na fila para brincar em um pula-pula e sua mãe pediu para que ela não saísse de lá, que ela iria a outro lugar para apanhar pipocas para o filho caçula. "Não sai de perto da mamãe que a mamãe não gosta", disse ela à filha. Rosevânia sabia que se Raíssa saísse do local, ela se perderia e não conseguiria mais voltar.

Ainda conforme a mãe, no momento em que Raíssa concordou em ficar no local, o menino suspeito de ter cometido o crime também estava com ela no pula-pula.

Assim que voltou ao local para vigiar a menina, a mãe percebeu que ela já não estava mais lugar. "Comecei a procurar pelo parque inteiro, olhei os brinquedos e chamei todas as meninas que estavam lá no momento, mas não a encontrei.

Depois disso, avisei os policiais do CEU que ela teria desaparecido", conta Rosevânia.

Duas horas depois de seu sumiço, o corpo da criança foi localizado amarrado a uma árvore no Parque Anhanguera. O próprio menino de 12 anos teria avisado a Guarda Municipal do parque que o corpo de Raíssa estava no local. Ao comentar sobre o fato aos administradores do parque, o jovem teria dito que ao cortar caminho para atravessar o local através de uma rota restrita a funcionários teria se deparado com o corpo da menina pendurado na árvore.

Segundo Rosevânia, no fim da tarde de domingo a própria mãe do menino teria dito a ela que tinham achado um corpo de uma criança no parque. As duas famílias são moradoras da mesma rua. "A mãe dele chegou com muita tranquilidade e falou que tinham achado o corpo de uma menina no interior do parque pendurado em uma árvore. Daí eu já havia deduzido que seria a minha filha, por que ela estava usando um macacãozinho rosa", conta a mãe, emocionada, lembrando do que ocorreu.

O garoto e suas duas irmãs estavam sempre juntos brincando com Raíssa. A mãe menciona que o jovem nunca teria apresentado nenhum tipo de comportamento agressivo com a filha. "Ele só falava que lia a bíblia e falava muito sobre Deus", relata ela, lembrando que chegou a levar ele uma vez à igreja. "Uma vez eu levei meu sobrinho na igreja e aproveitei a ocasião e levei ele também. Ele falou que gostou, mas nunca mais voltou lá", revela.

Conforme a mãe da vítima, o jovem sabia que Raíssa tinha autismo e sempre comentava com todos o fato. "Por isso que eu ficava bem tranquila, porque era uma amizade que ela tinha. Minha filha era muito rígida e não ia com ninguém, somente com pessoas que ela confiasse e tivesse uma espécie de vínculo", diz.

Em relação ao vídeo que mostra Raíssa de andando de mãos dadas em direção ao parque a mãe comentou o fato. "Ela parecia estar bem tranquila, pois, afinal, confiava nele", encerra. Mais tarde, o mesmo vídeo teria sido utilizado nas investigações da Polícia para tentar identificar o assassino.

A polícia ainda não sabe o que motivou o crime

A motivação do crime ainda não é sabida pela polícia. Raíssa foi encontrada com o rosto ensanguentado o com lesões nos ombros e pernas.

Em depoimento na delegacia, segundo a polícia, o jovem teria dito que utilizou um galho de árvore encontrado no caminho para agredir a menina até a morte. O caso continua a ser investigado.