O governo de São Paulo fez uma proposta de aumento de impostos que foi aprovada pela Assembleia Legislativa. Essa medida tomada pelo governador João Doria (PSDB) repercutiu mal entre os diversos setores da economia. Entidades como a Apas (Associação Paulista de Supermercados) e a Faesp (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo) chamaram atenção para o impacto no aumento dos custos da cadeia produtiva e que esses seriam repassados ao consumidor final, incidindo principalmente no valor da cesta básica, prejudicando principalmente as famílias de baixa renda, que já vêm sofrendo pelos efeitos da crise gerada pela pandemia do coronavírus.

Em resposta, o governo de São Paulo rebateu as críticas destacando que não se trata de um aumento de impostos e sim uma maneira de reduzir benefícios fiscais, e com isso aumentar a receita dos cofres públicos para eventuais investimentos em setores estratégicos como o da saúde e educação.

Por conta da proposta do aumento do ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e serviços), produtores rurais de várias cidades do Vale do Paraíba marcaram um "tratoraço" para a última quinta-feira (7). Diante dessa situação, o tucano não teve outra alternativa a não ser recuar, e na noite de quarta-feira (6) suspendeu os decretos, porém, mesmo assim o protesto aconteceu, e seguiu pacífico e ordeiro, e de uma forma diferente mais uma vez, o agronegócio mostrou sua força.

'Tratoraço' em algumas cidades contou com 30 tratores nos protestos

Era prevista uma manifestação conjunta de produtores descontentes em mais de 300 dos 645 municípios do estado. Os maiores protestos foram registrados em Piracicaba, Limeira e Capivari.

Com bandeiras do Brasil e tratores, os agropecuaristas se reuniram em várias cidades do interior, e em algumas saíram em carreata.

Em Piracicaba, cerca de 30 tratores foram mobilizados se concentrando ao lado Estação Paulista após seguiram pela cidade e chegaram até o centro. Não foram registrados incidentes durante as manifestações.

Apesar do recuo do governo, não desistiram do protesto. A Faesp (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo) se pronunciou dizendo que os protestos foram mantidos, pois algumas propostas do agronegócio ainda ficaram de fora dos decretos, e que essas propostas são fundamentais para o preço final das cestas básicas.