A iniciação sexual dos adolescentes no país, segundo valores regionais, começa por volta dos 14 a 17 anos. A falta ou má utilização de meios anticoncepcionais, associados a uma menor autoestima, a um funcionamento familiar inadequado e a uma atividade sexual geralmente eventual acabam por muitas vezes na constatação da gravidez.
A sexualidade masculina é reconhecida como incontrolável, cheia de permissões e incentivos e esse é isento de qualquer responsabilidade na questão da contracepção e da maternidade. Já a sexualidade feminina é recheada de cobranças e restrições e a gravidez é responsabilidade da mulher. Essas adolescentes, mesmo possuindo conhecimentos sobre métodos preventivos ou contraceptivos, não fazem uso dos mesmos durante os relacionamentos sexuais.
Muitas pesquisas mostram que o início da atividade sexual pelos jovens é cada vez mais precoce; a transa faz parte do namoro, com baixa incidência do uso de métodos anticonceptivos. Umas desejam engravidar como parte do processo da busca da identidade.
Porém, a desinformação é uma das principais causas, pois a falta de informação a respeito da sexualidade faz do assunto um tabu, e essa atitude provoca curiosidade, que muitas vezes é satisfeita entre amigos. Desse modo, as adolescentes engravidam sem ao menos saberem o que está acontecendo com seu corpo.
Apesar da gravidez na adolescência ser considerada um problema, existe também lados positivos em ser mãe jovem.
Estudos revelam que as mães adolescentes oferecem mais o seio para a amamentação do bebê e também estimulam mais a criança, com beijos, toques e carinho, do que mães adultas.
A adolescente passa a ter um Relacionamento mais aberto com o parceiro, pai da criança, e também em sociedade, onde precisa mostrar que apesar de precoce, está sendo uma verdadeira mãe.
Começa a enxergar a vida de outra forma.
A interrupção da gravidez chamada por vezes de aborto ou abortamento é a interrupção espontânea ou provocada. O aborto só é considerado útil nos casos de violência sexual ou riscos de vida; porém, muitas utilizam métodos abortivos rudimentares e pessoas não habilitadas que podem levar a graves complicações e morte. No ano de 2004, quase 49 mil adolescentes chegaram aos serviços do SUS para curetagem pós-aborto e destas 2711 tinham de 10 a 14 anos. Considera-se, além disso, que apenas uma em cada quatro mulheres que abortam recorre depois ao hospital.
No tocante à saúde, é importante destacar a dificuldade de realização de um pré-natal adequado, pois essas adolescentes na sua grande maioria escondem a gravidez e procuram um serviço de saúde tardiamente.
Na adolescência a gravidez é sempre considerada de alto risco, porque pode propiciar o aparecimento de uma série de complicações para a mãe e para o feto, seja pelas alterações biológicas, psicológicas, sociais e culturais como anemia materna, infecção urinária e outras. Há ainda limitação de oportunidades vocacionais, estudo interrompido, persistência na pobreza, separação dos pais do bebê e repetição da gravidez.
O mais importante para que o número de grávidas adolescentes diminua é que haja diálogo entre os pais, os professores e os próprios adolescentes, como forma de esclarecimento e informação. Quando diagnosticada a gravidez na adolescência a grávida deve iniciar o pré-natal rapidamente e receber o apoio familiar. Dessa forma ela terá uma gravidez tranquila, terá perspectiva mais positiva em relação a ser mãe e será feliz com seu filho.