Trabalhar na área da saúde, principalmente em um ambiente hospitalar, é considerado insalubre, devido ao agrupamento de pacientes portadores de diversas doenças, muitas as vezes contagiosas e o risco de acidentes existente em muitos procedimentos realizados. Contudo, na prevenção de acidentes, os esforços devem ser concentrados inicialmente na eliminação dos perigos e/ou riscos, e posteriormente, orientações e fornecimento de equipamentos de proteção individual.
A preocupação com os riscos biológicos surgiu, somente, a partir da epidemia da HIV/AIDS nos anos 80, onde foram estabelecidas normas para as questões de segurança no ambiente do trabalho.
A equipe de enfermagem é uma das principais categorias ocupacionais sujeita à exposição por material biológico pelo fato de terem contato direto com os pacientes e também ao tipo e à frequência de procedimentos realizados. Sendo que as hepatites virais, principalmente B e C, ainda são um problema que ocorre em todo o mundo.
A transmissão da Hepatite B ocorre através da exposição de mucosas a sangue ou fluidos corpóreos contaminados com o vírus, as principais vias de contágio são: sexual, parenteral e vertical, seja transplacentária, no momento do parto ou durante o aleitamento materno.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) dois bilhões de pessoas no mundo foram infectadas pelo VHB e cerca de 600.000 pessoas morrem a cada ano devido às consequências da HB.
A maioria das infecções por hepatites nos países desenvolvidos é transmitida durante a vida adulta pela atividade sexual e uso de drogas injetáveis. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, a taxa de infecção por HB passou de 0,3% em 1999, para 6,9% em 2010.
A Hepatite C apresenta distribuição mundial, todos os anos de 3 a 4 milhões de pessoas são infectadas com o vírus pelo mundo, onde mais de 350.000 dessas pessoas morrem.
Entre as mortes atribuídas especificamente às hepatites virais no Brasil, o maior número registrado entre os anos de 2000 a 2011 foi decorrente da hepatite C, com 16.896 óbitos, em seguida, encontra-se a hepatite B, com 5.520 óbitos declarados.
A maioria dos casos da hepatite B e C não apresenta sintomas, mas os mais frequentes são cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
Esses sinais costumam aparecer de um a seis meses após a infecção. As hepatites B e C apresentam fases semelhantes que podem se desenvolver de duas formas, aguda e crônica.
A aguda é quando a infecção tem curta duração. Os profissionais de saúde consideram a forma crônica quando a doença dura mais de seis meses. O risco de a doença tornar-se crônica depende da idade na qual ocorre a infecção isto ocorre devido ao sistema imunológico de uma criança ser diferente de um adulto.
Uma particularidade da hepatite B é que a maioria dos pacientes elimina o vírus e evolui para a cura definitiva. No caso da hepatite C quando os sintomas surgem o paciente já se encontra numa fase avançada da doença e o fígado pode estar gravemente comprometido, necessitando de um transplante.
O diagnóstico da hepatite B e C é feito através de exame de sangue, para a hepatite C não existe vacina, mas existe tratamento a base de remédios. Já para a hepatite B existe vacina que é distribuída gratuitamente nos postos de saúde, esta vacina é composta por 3 doses que comprovam sua eficácia.