Após declarar ser alvo de ameaças através de sua rede social, Sabrina postou uma despedida no último sábado relatando que se uniria à Marielle Franco, vereadora assassinada no Rio de Janeiro em Março de 2018. Nesse texto ela também descreveu as motivações que a levariam a cometer tal ato. Sua morte ocorreu no Líbano, segundo informado pelo seu filho. O grupo Vítimas Unidas, ONG na qual era colaboradora e o filho, Gabriel Baum, confirmaram a morte da empreendedora. A ONG, inclusive, fez um pedido aos amigos que não entrassem em contato com a família pois dois dos três filhos de Sabrina ainda não tinham ciência do ocorrido até o momento.

Sabrina costumava expor em sua rede social as ameaças que sofria.

Sua Trajetória

Sabrina Bittencourt, de 38 anos, dedicou sua vida como ativista, através de alguns projetos na área do empreendedorismo social. Proveniente de uma família de mórmons, foi abusada por líderes religiosos desde os 4 anos, aos 16 anos engravidou de um desses líderes e abortou. Sua luta contra o abuso nesse meio já acontece há mais de 20 anos. Ela foi responsável por encorajar e reunir os relatos de mulheres contra o médium João de Deus e se colocou a disposição em sua rede social para ouvir relatos contra o líder religioso Sri Prem Baba. Foi uma das criadoras da plataforma COAME, sigla que significa Combate ao Abuso no Meio Espiritual, onde se concentram inúmeras denúncias contra líderes de diversas religiões.

Sabrina vivia na Espanha, mas constantemente mudava-se de país com receios de represálias.

Seus últimos dias e seu legado

De acordo com o texto publicado por seu filho no Facebook, Sabrina solicitou como último de seus pedidos a criação de uma rede de apoio cidadã afim de reunir denúncias contra canais homofóbicos, racistas, de conteúdo pedófilo e xenofóbico, deixando todas as instruções de como realizar esse feito.

Seus últimos atos incluíram a luta em favor da retirada de conteúdos eróticos relacionados à MC Melody, mesmo que sem sucesso.

Trecho do texto postado por Gabriel Baum, filho de Sabrina Bittencourt.

" (...) Segundo a namorada da minha mãe, os últimos pedidos dela e varias pessoas sabem disso e podem confirmar foi que se criasse uma rede cidadã chamada Guardians of Youtube onde todos os Youtubers, ONGs de direitos humanos e bem estar animal, empresas responsáveis denunciariam em massa todos os Youtubers e canais de pedófilos, racistas, terroristas, homofóbicos, extremistas, xenófobos e perseguidores de Ativistas sociais e ambientais!

O sistema do maior canal do mundo é falho porque as pessoas não se juntam. Ela deixou todas as instruções de como fazer esse trabalho e passei para as pessoas certas. Os últimos 15 dias da minha mãe além de acolher vítimas foi ajudar a tirar das redes sociais, canais de YouTube pra adultos e sites pornôs todas as imagens da cantora Melody. (...)"